Oposição tenta impedir, mas só atrasa votação no Congresso 

Desde as 10h28 desta quarta-feira (3) foi iniciada a sessão do Congresso Nacional para tentar, novamente, votar dois vetos presidenciais e a mudança na meta do superavit. A sessão da noite desta terça-feira (2) foi encerrada depois de intenso tumulto entre policiais legislativos, parlamentares de oposição e manifestantes que estavam nas galerias do Plenário. Essa será a terceira tentativa do governo de votar o projeto que altera a meta fiscal de 2014.
 

Oposição manobra, sem sucesso, para impedir votação no Congresso - Agência Câmara

Sem a ajuda dos manifestantes, que promoveram tumulto até que a sessão fosse suspensa na terça e foram impedidos de ocuparem as galerias nesta quarta, a oposição se esmerou em manobras regimentais para impedir a votação. Até quase 17 horas, seis horas após debates e discursos inflamado, os senadores e deputados ainda estão votando os dois vetos que trancam a pauta do Congresso e cuja votação deve preceder a do projeto do superavit primário.

Os trabalhos foram reiniciados do ponto onde foram interrompidos após o tumulto. Na entrada do Congresso conhecida como Chapelaria, um pequeno grupo de pessoas pedia a liberação da entrada nas galerias, mas o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), manteve a decisão de não permitir o acesso. 

Durante os debates, a líder do PCdoB, deputada Jandira Feghali (RJ), rebateu o discurso da oposição de que, ao propor a mudança na meta do superavit, o Executivo violará a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). "Não é verdade que essa mudança agrida a LRF. As maiores economias do mundo – China, Europa e Estados Unidos – não fazem superavit", defendeu.

Ela acusou a oposição de disseminar "desinformação". "Para quem teve a votação que teve, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) se apequena quando incita o preconceito e se prende a coisas menores", afirmou. Mais cedo, Neves disse que os deputados da base teriam sido "comprados" pelo decreto editado na última sexta-feira (28) que vincula a liberação de emendas à mudança na meta.

Jandira ressaltou que o governo optou por manter o emprego a fazer arrocho em sua política econômica. "A redução (do superavit) é em nome de manter programas sociais, o PAC, o Minha Casa, Minha Vida, empregos, folha de salários. Se isso deu resultado ou não é outro debate, mas o objetivo da política econômica foi manter empregos", disse.

Mais manobras

Após várias tentativas de evitar o início da votação dos vetos presidenciais, o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), na tentativa de atrapalhar as votações, cobrou o encerramento da votação antes que todos os parlamentares tivessem votado.

O presidente do Congresso, Renan Calheiros, negou o pedido e disse que o Regimento prevê um tempo para que os deputados venham ao Plenário. "Eu não vou atropelar absolutamente nada", disse.

Governistas criticaram o pedido do líder do DEM. O deputado Amauri Teixeira (PT-BA) disse que a oposição quer "interditar a sessão de todas as formas". Já o deputado Sílvio Costa (PSC-PE), disse que Mendonça "está se especializando em arengar e brigar", disse.

O líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), alertou a base aliada para que não respondesse às acusações da oposição que tinha como objetivo apenas atrasar a votação.

Prevê-se ainda nesta quarta-feira (3) que a matéria sobre a alteração da meta do superavit primário de 2014 seja votada.

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Da Redação em Brasília
Com Agência Câmara