PC da Colômbia defende diálogo e fim das hostilidades

O secretário-geral do Partido Comunista da Colômbia, Jaime Caycedo, defendeu nesta quinta-feira (20) a rápida restauração dos diálogos entre o governo e as Farc-EP, bem como por um cessar bilateral das hostilidades.

Jayme Caicedo

É necessário cercar o processo pacificador de um clima de distensão e confiança mútua, urge também frear à vitimização da população civil, disse à agência cubana de notícias Prensa Latina o dirigente político.

Esperamos que com as libertações dos presos os diálogos entre as partes beligerantes possam ser retomados com celeridade, os quais nunca deveriam ter cessado, acrescentou.

Caycedo questionou a decisão de cancelar a viagem dos negociadores governamentais a Havana, adotada pelo presidente Juan Manuel Santos em seguida ao desaparecimento do general Rubén Darío Alzate.

Ambas as equipes – insistiu – devem seguir ao pé da letra o que está consignado pelos acordos preliminares, os quais implicam em essência que ninguém se levanta da mesa de diálogos até alcançar o objetivo de terminar o período bélico.

Para a advogada Piedad Córdoba, defensora dos direitos humanos, é igualmente impossíve postergar uma trégua.

"Não podemos seguir falando de paz enquanto fazemos a guerra", opinou a ex-senadora para quem o processo negociador é irreversível.

"Nenhuma força por maléfica que seja poderá nos arrebatar a possibilidade de finalizar o conflito, se trata de um sonho, de uma aspiração que constitui patrimônio de todos os colombianos", enfatizou a líder do movimento popular Marcha Patriótica, uma plataforma onde convergem numerosas organizações sociais situadas em diferentes regiões do país.

Por sua vez o senador Iván Cepeda assegurou que a recente decisão de libertar no menor tempo possível o general Alzate e a outros quatro prisioneiros, em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (Farc-EP), demonstra a responsabilidade e compromisso desse grupo guerrilheiro com os diálogos, para deixar atrás mais de meio século de confrontos.

Trata-se de um processo que transcorre paradoxalmente em meio a combates, considero que trataram de converter um episódio em uma crise, sublinhou em entrevista à Prensa Latina.

Estudantes, camponeses, professores e religiosos caminharam na quarta-feira (19) por uma avenida do centro de Bogotá até o parque San Martín para dizer: Não à guerra, que prossigam os diálogos.

Fomos muitos os que votamos nas últimas eleições presidenciais pelo fim do conflito, pelo projeto da paz, de modo que exigimos descartar qualquer pretexto que frustre esses desejos, afirmou Fani Cordoa, religiosa franciscana da Sagrada Família.

Santos assegurou na quarta que uma vez em liberdade Alzate e as outras quatro pessoas, regressariam a Cuba seus porta-vozes para prosseguir os ciclos de encontro.

Os países mediadores dos diálogos (Cuba e Noruega) anunciaram a pronta libertação do general, do cabo Jorge Rodríguez, a advogada Glória Urrego e dois soldados.

Um grupo governamental e representantes das Farc-EP dialogam em Havana desde 2012 com o propósito de terminar mais de meio século de confrontos, que deixaram cerca de seis milhões de vítimas, entre elas 230 mil mortos, torturados, desalojados, sequestrados e desaparecidos. O general foi capturado ao transitar por uma zona de operações de guerra, vestido de civil e sem escolta.

Fonte: Prensa Latina