Chanceler russo destaca urgência de reformas na Ucrânia

Ao termino de suas conversas com o secretário norte-americano de Estado, John Kerry, no âmbito preparatório da reunião do Foro de Cooperação Ásia-Pacífico em Pequim, Lavrov sublinhou a meios russos que as reformas constitucionais na Ucrânia são mais atuais nestes momentos.

Recordou, citado pelo canal Rossia 24, que na Declaração de Genebra de 17 de abril as autoridades ucranianas se comprometeram com o imediato processo político, consistente em uma reforma constitucional e a participação de todas as regiões e forças políticas.

Agregou que esses acordos se atingiram com o consenso de representantes de Rússia, Estados Unidos, a União Europeia e Ucrânia.

“Coincidimos hoje com Kerry em que essa tarefa é medular e inclusive mais atual que em abril, e trataremos de convencer às autoridades ucranianas de que esse compromisso deve começar a se implementar”, comentou Lavrov.

Durante as conversas sublinhou-se assim mesmo a necessidade de implementar com passos práticos os Acordos de Minsk, de 5 e 19 de setembro, entre Kiev e os representantes das proclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, destacou a agência TASS.

Esses acordos -insistiu Lavrov- foram assinados pelas partes, marcaram-se os passos concretos e prazos determinados para cada um dos pontos.

Lamentou, no entanto, que o regime de cessar-fogo total não se cumpre e os bombardeios e ataques de artilharia continuam, depois de mencionar a recente tragédia pela morte de dois estudantes em um dos terrenos esportivos de uma escola próxima ao aeroporto de Donetsk, onde impactaram projéteis.

Disse que os Estados Unidos não devem estimular as ideias em Kiev de retornar aos métodos de força como solução do conflito com o Donbass.

“Por razões compreensíveis, nossas posições com Estados Unidos não coincidem em relação aos acontecimentos na Ucrânia e suas causas”, ressaltou o chanceler russo. Na véspera de seu encontro com Kerry, Lavrov comentou que o não cumprimento por parte de Kiev dos acordos de 17 de abril fazem inviável a celebração de outra reunião no mesmo formato quadripartido.

O premiê ucraniano, Arseni Yatseniuk, e alguns políticos ocidentais apoiaram a ideia de regressar às tratativas de Genebra sobre a crise na ex-república soviética, nas que não participam os representantes do Donbass, cujos poderes foram legitimados em recentes eleições celebradas nas regiões rebeldes.

A chancelaria russa comentou ao respeito em um comunicado que a contraparte ucraniana violou de maneira grosseira e consciente esses compromissos, e em lugar de uma distensão do conflito, reativou as ações combativas no sudeste do país com o emprego de armamento pesado.

Fonte: Prensa Latina