Aliel Machado fala sobre prioridades em sua atuação na Câmara 

O deputado federal eleito pelo PCdoB do Paraná, Aliel Machado, em entrevista ao Jornal da Manhã, adiantou a sua atuação na Câmara dos Deputados quando assumir o cargo em fevereiro do próximo ano. Investimentos na saúde e transporte público são prioridade do parlamentar, que cobra a implantação do Mais Especialidades já no próximo ano. Ele aposta no alinhamento com o Governo Federal para beneficiar o seu estado.  

Aliel Machado fala sobre prioridades em sua atuação na Câmara

Aliel Machado é presidente da Câmara Municipal de Ponta Grossa, eleito a vereador com 3.731 votos, em 2012. Iniciou sua carreira política no movimento estudantil, como presidente o grêmio estudantil do Colégio Kennedy. No dia cinco de outubro de 2014, obteve 82 mil votos e garantiu uma vaga de deputado federal no Congresso Nacional.

Jornal da Manhã: Com a definição da disputa pela Presidência, já começam as discussões sobre a atuação dos deputados no Congresso Nacional. No seu caso, como a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) impacta no seu mandato de deputado federal?

Aliel Machado: O Governo Federal tem muitos projetos de desenvolvimento no país, se você tem uma ligação mais próxima ao governo você consegue facilitar e desburocratizar essas ações para a vinda à cidade. Por exemplo, a nossa cidade tem um índice muito alto de falta de pavimentação, um índice muito alto de jovens desempregados, então, para vinda de mais vagas do Pronatec, com mais opções de curso, para a vinda de mais casas pelo Minha Casa, Minha Vida, entre outros programas, é preciso ter essa relação com o governo. A vinda disso para Ponta Grossa depende de um deputado federal alinhado ao governo, e isso eu já vou buscar de início.

E qual será a primeira ação em Brasília?

A minha primeira ação no Governo Federal vai ser dentro deste programa Mais Especialidades. Quando ele for aplicado – e vou exigir que ele seja implantado a partir de 2015 – quero que Ponta Grossa receba junto com a região o maior número de profissionais para atender estas especialidades.

Você esteve à frente da campanha do PT à Presidência, no segundo turno. O que você espera dos próximos quatro anos do governo Dilma?

Em nível nacional, eu penso que o Governo Federal tem que atender a demanda que a população levantou. Tem que fazer o que está se fazendo, deixar a Polícia Federal investigar, quem deve tem que ser punido, quem rouba tem que ir para a cadeia e jamais prejudicar qualquer investigação. O governo tem que fazer uma renovação de alguns quadros, ter uma participação mais forte da população, ter diálogo com a oposição, priorizar mais a saúde, cumprir com o 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação.

Outra questão bastante comentada, e que norteou o discurso de reeleição da Dilma, é a reforma política através de um plebiscito popular, que logo na retomada das atividades do Congresso foi alvo de resistência e críticas. Qual é o seu posicionamento sobre a reforma? O plebiscito é a melhor forma de viabilizá-la?

A reforma política é a prioridade. No Congresso é difícil mudar o sistema político. Eu sou totalmente favorável ao plebiscito. Como se está tratando de reforma política, o Congresso teoricamente não teria interesse de cortar da própria carne, porque tem que colocar regras que não são boas para os atuais deputados, porque tiram regalias e mudam regras dentro do processo eleitoral que, para quem já está dentro da política, não seriam boas.

As campanhas eleitorais desta disputa foram as mais acirradas, desde a redemocratização do país, e várias acusações e ataques surgiram, envolvendo o Bolsa Família e, inclusive, declarações preconceituosas que estão sob investigação do Ministério Público (MP). Como coordenador da campanha de Dilma, qual é sua avaliação da disputa?

Eu fiquei muito triste com algumas colocações. Não é porque eu tenho um posicionamento diferente que vou julgar outras pessoas pela sua classe social, cor e posicionamento. Pessoas que querem bolsa de estudo de R$ 2 mil para o filho estudar na Europa, que o governo dá, mas que criticam o fato de uma pessoa receber R$ 200,00 do Bolsa Família.

Para 2016, você pretende concorrer à Prefeitura? A oposição terá um candidato a prefeito?

Eu nem assumi o cargo de deputado federal ainda, mas entendo que tudo que nós fazemos dentro da política é em torno de um projeto que represente uma transformação, uma mudança. Eu vou ajudar o prefeito Marcelo Rangel (PPS) nestes dois anos no que estiver ao meu alcance. É cedo para falar sobre isso, entendo que a minha responsabilidade por Ponta Grossa é muito maior, a maior votação da história da cidade para deputado federal. A gente vai, sim, participar ativamente nas eleições de 2016, seja como candidato ou não, nós vamos estar fortemente presente para defender a nossa cidade e melhorar o debate político.