Crime não vai ficar impune: PT ingressa com ação contra Veja

Como já havia dito a presidenta Dilma Rousseff em seu último programa de TV, o Partido dos Trabalhadores ingressa na tarde desta sexta-feira (24) com sete ações contra a revista Veja e os responsáveis pela reportagem de capa dessa semana, na Justiça Eleitoral, Criminal e Cível. 

Rui Falcão coletiva de imprensa

Antecipada para esta quinta-feira (23), a versão online da publicação tenta ligar o nome da presidenta Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva às denúncias de corrupção na Petrobras – com suposta declaração do doleiro Alberto Youssef, que teria dito que os presidentes sabiam dos desvios na empresa.

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"Jornalismo de esgoto, matéria sem fonte, mentirosa, caluniosa e difamatória", disse o presidente do partido, Rui Falcão, questionando a veracidade das declarações supostamente dadas por Youssef e que teriam sido obtidas pela Veja.

"O próprio advogado do delator, ouvido pelos jornais, disse que nunca ouviu falar daquilo. É uma matéria com delegado fantasma, com depoente cuja suposta declaração é desmentida pelo próprio advogado do depoente", pontuou Falcão.

Na esfera eleitoral, os advogados da campanha de Dilma pedem que seja dado direito de resposta ao PT contra a Veja, por publicar em seu espaço online, reportagem “inverídica, difamatória e caluniosa”, argumenta a ação.

Para o coordenador jurídico da campanha do PT, Flávio Caetano, a reportagem é desprovida de qualquer conteúdo jornalístico e tem o único intuito de veicular propaganda eleitoral negativa. “Foi preciso adotar medidas enérgicas para que a Veja seja duramente responsabilizada pela veiculação dessa matéria absolutamente inverídica e de caráter difamatório e calunioso”, declarou.

Outra representação pede que a editora Abril, responsável pela revista, seja impedida de veicular qualquer publicidade referente à reportagem de capa dessa semana, seja em rádio, televisão ou em outdoor. A referida publicidade configura propaganda eleitoral negativa. Ambas ações serão julgadas na tarde de hoje pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

No último domingo (12), a Corte deu parecer favorável a uma representação similar contra a Veja. Inserções de rádio da revista, que deveria ser comerciais da própria revista, eram propagandas com ofensas à candidata do PT e elogios ao candidato do PSDB, Aécio Neves. A legislação eleitoral proíbe este tipo de veiculação.

Essa é uma prática corriqueira da Veja. Nas eleições de 2006, a revista usou outdoors para divulgar sua capa com o então candidato à presidência Geraldo Alckmin (PSDB). Na época, a Justiça também determinou a retirada da publicidade.

Ao Ministério Público Eleitoral (MPE), os advogados do PT pedem a instauração de investigação para apurar os reiterados abusos cometidos pela revista Veja durante o período eleitoral, com a clara intenção de prejudicar a candidatura da presidenta Dilma e desequilibrar o pleito. Serão levados ao conhecimento do procurador-geral eleitoral, Rodrigo Janot, quatro capas da revista com denúncias que depois foram comprovadas insustentáveis e tendenciosas.

Na esfera criminal, os advogados pedem ainda que o jornalista responsável pela reportagem, Robson Bonin, seja indiciado pelo crime de difamação contra o PT.

Os advogados do PT devem ir ainda à Procuradoria-Geral da República (PGR) pedir que se apure a existência de eventual quebra de sigilo da delação premiada de Alberto Youssef pela revista Veja. Será feito ainda um pedido formal para que o PT tenha acesso ao conteúdo do tal depoimento. O mesmo será requerido junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Na esfera cível, o PT quer ainda que seja concedida indenização contra a reportagem “irresponsável” da revista Veja.

Fonte: Agência PT de Notícias com informações de agências