“Pelas vidas e dignidade no Semiárido, apoiamos Dilma”, diz ASA

A Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), entidade que reúne mais de três mil organizações da sociedade civil voltados à convivência e viabilização do Semiárido, divulgou carta manifestando apoio à reeleição da presidenta Dilma.

Página do site da ASA em apoio a Dilma - Reprodução

Na carta, a entidade destaca a trajetória de luta das organizações da região no combate à seca e suas as consequências devastadoras na vida da população. “Quando a ASA foi criada, em 1999, o Semiárido se via em um contexto político e social de grande estiagem, uma questão de origem natural, porém com consequências de ordem políticas e sociais relacionadas às ações focadas no ‘combate à seca’. Políticas que desconheciam o protagonismo dos agricultores e agricultoras, sua capacidade de produzir conhecimentos e de tomar a frente dos seus destinos”, enfatiza o documento.

De acordo com a entidade, em decorrência das secas, a morte era comum na região, especialmente de crianças, e a política de combate à seca baseava-se no tripé “coronelismo, enxada e voto”.

Avanços nos governos Lula e Dilma

“Foi nestes últimos 12 anos, nos governos Lula e Dilma, a partir dos programas Fome Zero e Brasil sem Miséria, que a ASA e suas organizações tiveram a oportunidade de propor várias ações que, assumidas hoje como políticas de governo e até mesmo como Políticas Públicas, transformam a realidade na região”, pontua o documento, apontando que até o final deste ano, o Semiárido chega a marca histórica de um milhão de cisternas construídas, o que equivale a 16 bilhões de litros de água, beneficiando cerca de 5 milhões de pessoas.

“É isso que explica o fato de, entre 2010 até o final de 2013, o Semiárido ter atravessado a maior estiagem dos últimos 30 anos, e em alguns lugares, dos últimos 60 anos, e não ter tido nem uma só morte humana decorrente da seca, embora tenhamos nos deparado com morte de animais, dizimação de sementes e outros problemas”, acrescenta.

A entidade afirma que foram os programas e políticas governamentais dirigidos ao Semiárido, como o Bolsa Família, Seguro Safra, Cisternas de Consumo Humano, Minha Casa, Minha Vida, que mudaram essa realidade na região. “É justamente por constatar que a histórica realidade injusta, cruel, desumana e desrespeitosa começa a ser mudada no Semiárido, que o povo desta região se expressa majoritariamente e, por vez, maciçamente, pela continuidade do projeto político que aí está sendo construído”, reafirma a carta.

FHC desmerece o voto do povo

O documento também rebate as declarações do ex-presidente tucano FHC, de que os votos do Norte e Nordeste creditados à Dilma são de pessoas desinformadas, afirmando que tais afirmações “desmerecem o nosso voto e expressam nos meios de comunicação seus preconceitos e desconhecimento da realidade”.

O documento ressalta que o fato de Dilma ter maioria de votos em estados como “o Piauí merece, sim, muita reflexão, mas para perceber que o Brasil anterior aos governos Lula e Dilma não existe mais”. E finaliza: “Hoje temos mais dignidade. Pena, que quem traz tamanha carga de preconceito contra nossa região, seja justamente quem teve a oportunidade fazer diferente e preferiu apostar na velha política do ‘combate à seca’”.

Fonte: Articulação Semiárido Brasileiro