Espaço pós-soviético será um análogo da União Europeia

Primeiro aconteceu  cúpula de chefes de Estado dos países da Comunidade de Estados Independentes (CEI), que depois se transformou em uma reunião consultiva para a criação da nova União Econômica Euroasiática (UEEA).

Por Andrei Fedyashin, na Voz da Rússia

minsk rússia belarus lukachenko união - RIA Novosti/ Alexei Nikolsky

A partir de 1 de janeiro de 2015 a união irá substituir a Comunidade Econômica Euroasiática criada ainda em 2000. Em Minsk à União, que já incluía a Rússia, a Belarus e o Cazaquistão, se juntou a Armênia. Também o Quirguistão confirmou sua intenção de aderir.

A cúpula de líderes da CEI representou a parte política mais importante dos encontros de Minsk em 10 de outubro. Como é natural, também foi abordada a crise ucraniana. O presidente da Ucrânia Piotr Porochenko não viajou para Minsk, mas enviou o embaixador da Ucrânia na Belarus.

Segundo declarou a esse respeito o presidente do Uzbequistão Islam Karimov, ele estranhou o fato de Kiev não tentar procurar ajuda para uma resolução da crise na Ucrânia junto de seus verdadeiros amigos.

É necessário pôr um fim à guerra no centro da Europa e as partes em confronto no sudeste da Ucrânia devem não apenas encontrar pontos de contato, mas acabar com o derramamento de sangue e cumprir escrupulosamente os acordos de Minsk sobre o cessar-fogo, declarou o presidente da Belarus Alexander Lukachenko: “É inadmissível que questões tão prementes, que atingem um país como a Ucrânia, sejam resolvidos tão longe. Seja em Berlim ou em Milão.”

Alexander Lukachenko referiu Milão por nessa cidade se realizar em 16-17 de outubro o fórum Ásia-Europa com participação da liderança da União Europeia. Nos bastidores da cúpula de Minsk foi divulgado que existe a possibilidade de o presidente russo Vladimir Putin se encontrar com Piotr Porochenko à margem da conferência de Milão.

Os líderes dos países da CEI assinaram em Minsk um pacote de documentos na área do controle de fronteiras, da migração, do combate ao narcotráfico e ao tráfico de pessoas, assim como documentos relativos à espionagem financeira. Todos eles aceitaram o convite de Vladimir Putin para participarem no próximo ano nas comemorações do 70º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial. A próxima cúpula dos países-membros da CEI irá decorrer em Astana em setembro-outubro de 2015.

Com a adesão da Armênia à União Econômica Euroasiática, essa organização irá ocupar, pelo seu PIB, o quinto lugar entre as associações econômicas regionais do tipo da UE ou da NAFTA. Ela será a maior associação econômica integrada e o maior mercado do espaço pós-soviético com uma população total superior a 190 milhões de habitantes.

Já em termos de superfície, com quase 20,5 milhões de quilômetros quadrados, ela não terá igual. O subsolo da UEEA concentra quase 8 por cento das reservas mundiais de petróleo, 22 por cento do gás e 22 por cento do carvão. Pelas suas reservas de urânio, diamantes, platinoides, ouro, prata e outros metais raros, a UEEA ocupa o primeiro lugar no mundo.

Atualmente já foram elaborados acordos para a criação de uma zona de comércio livre entre a UEEA e o Vietnã, Israel, a Índia e o Egito.

A UEEA será em muito um análogo da União Europeia, mas ocupando espaços muito mais alargados. Todos os participantes da UEEA se comprometem a garantir a livre circulação de mercadorias, serviços, capitais e mão de obra. Assim como a executar uma política concertada nas áreas-chave da economia: o comércio, a energia, a indústria, a agricultura e os transportes. Moscou não exclui que a UEEA possa igualmente adotar uma moeda comum.

Fonte: Voz da Rússia