Ebola: América do Sul reforça medidas após suspeita de caso no Brasil 

A suspeita de que um homem proveniente da Guiné seja o primeiro caso de ebola no Brasil gerou um alerta nos países da América do Sul. Na manhã de hoje, o Ministério da Saúde argentino estabeleceu que o país está em alerta epidemiológico por conta do ebola e informou que “foram tomados distintos mecanismos de alerta para a detecção de casos”.

Países da América do Sul reforçam medidas contra ebola após suspeita de caso no Brasil

A ministra de Saúde Pública do Uruguai, Susana Muñiz, disse que o governo entrou em contato com autoridades brasileiras para tomar conhecimento sobre a situação do paciente. Questionada sobre como Montevidéu lidaria com a questão, Susana respondeu que “todos os países aprendemos com os erros dos demais. Os Estados Unidos também se equivocaram nos procedimentos, o que nos obriga a aprender e nos corrigir”. A ministra uruguaia afirmou que o ministério vai se reunir na próxima semana com as direções técnicas dos prestadores de saúde para capacitar profissionais sobre o procedimento a ser seguido.

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Já de acordo com o Ministério da Saúde paraguaio, o país está em alerta permanente diante da suspeita no Brasil. Caso seja confirmado que o paciente realmente contraiu o vírus do ebola, será montado um controle mais rígido do que o que foi realizado até o momento.

Diante do avanço da doença para outros países fora da África, na última quarta-feira (8), o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, convocou uma reunião de emergência com os países da Alba (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América) – Cuba, Venezuela, Bolívia, Nicarágua, Dominica, Equador, San Vicente e Granadinas, Santa Lucia e Antígua e Barbuda – para coordenar um plano conjunto contra a doença. A reunião, de acordo com o mandatário, deve ser realizada de forma “imediata”.

Suspeita no Brasil

O comerciante Souleymane Bah, de 47 anos, chegou ao Brasil no dia 19 de setembro, procedente da Guiné, via Marrocos. De acordo com autoridades brasileiras, ele desembarcou no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, e procurou uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) na cidade paranaense de Cascavel, na quinta-feira (9), por estar com febre alta há dois dias. A unidade foi isolada.

Bah chegou ao país na condição de refugiado. Após ter sido detectada a possibilidade de contágio da doença, ele foi transferido para o Rio de Janeiro para ser internado no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, centro de referência do país.

As autoridades informaram que o homem apresentou febre durante os últimos dois dias, mas não teve hemorragia, vômito ou outros sintomas da doença e está em bom estado geral de saúde. E garantiram que foram seguidos todos os protocolos recomendados para tratar a epidemia, ressaltando que não há risco de contágio na população, já que o vírus somente é transmitido quando surgem os sintomas, não durante o período de incubação. A OMS (Organização Mundial da Saúde) já foi informada sobre o caso.

Até o momento, a epidemia de ebola já matou 4.024 e infectou 8.376 pessoas, de acordo com dados da OMS divulgados hoje. Os países mais afetados são Guiné, Libéria e Serra Leoa.

Fonte: Agência Efe