Sindicalista brasileiro defende socialismo como alternativa à crise

A CTB participou entre os dias 24 e 25 de setembro do Seminário Internacional Globalização Econômica e os Sindicatos da Federação Nacional dos Sindicatos da China (ACFTU, por sua sigla em inglês), que levou como tema "Reforma, Desenvolvimento e Sonho". Os secretários-gerais da seção estadual da central sindical em São Paulo e da União Internacional de Sindicatos da Metalurgia e Mineração (UIS MM), Paulo Nobre e Francisco Sousa, respectivamente, representaram a CTB no evento.

Paulo Nobre - CTB

Paulo Nobre acredita que nos últimos anos houve um acirramento na luta de classes, por isso os trabalhadores devem resistir cada vez mais. Ele citou o exemplo da situação europeia, onde a classe trabalhadora foi quem pagou mais caro pela crise internacional com imposições de receitas econômicas neoliberais que sacrificam os salários, as aposentadorias, o emprego e os direitos sociais. Tudo isso para garantir os interesses do capital financeiro.

Citou ainda a ofensiva norte-americana, sob a administração de Barack Obama, que aposta cada vez mais em intervenções militares para manter a hegemonia, com o pretexto de combater o terrorismo.

Destacou a resistência latino-americana, com os governos progressistas do continente, que ensaiam um projeto de integração e um novo modelo geopolítico, não submisso ao imperialismo. No entanto, fez questão de alertar que a ofensiva está cada vez mais latente, com constantes tentativas de desestabilização na Venezuela, além dos golpes de Estado aplicados em Honduras e no Paraguai.

Paulo acredita que o propulsor deste cenário atual é o declínio da hegemonia econômica e política dos EUA, onde já se sinaliza que o contraponto será feito com a ascensão da China e dos Brics. “Vivemos a agonia da ordem imperialista remanescente dos acordos firmados pelos países capitalistas em 1944 na cidade de Bretton Woods, no final da Segunda Guerra Mundial”, disse.

De acordo com o sindicalista, ao mesmo tempo que passamos por um período difícil, é o momento certo para a classe trabalhadora encarar como um grande desafio. “Devemos apontar a perspectiva de uma alternativa classista para os dilemas sociais e a crise do imperialismo. É nossa obrigação defender uma nova ordem internacional multilateral e anti-imperialista, lutar pela paz contra as guerras movidas pelos EUA, Otan e União Europeia, combater com todas as forças o capitalismo e levantar bem alto a bandeira do socialismo”, afirmou.

Paulo acredita que chegou a hora de a classe trabalhadora se unir para enfrentar a crise do sistema capitalista, que “está conduzindo a humanidade uma vez mais ao caminho da barbárie”, e unificar as batalhas para abrir um novo caminho de transformações sociais profundas em direção a novos projetos nacionais de desenvolvimento, com soberania, integração, democracia e valorização do trabalho, cada vez mais próximo de uma nova sociedade, pautada no socialismo.

Por Mariana Serafini, da redação do Portal Vermelho
com CTB