Divanilton: “Marina ameaça o pré-sal, fiador do futuro do Brasil”

A afirmação é do diretor da Federação Única dos Petroleiros e da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Divanilton Pereira, em entrevista ao Portal Vermelho.

Por Dayane Santos, para o Portal Vermelho

Divanilton Pereira

Para ele, o programa de Marina Silva, candidata a presidente pelo PSB, modifica a legislação petrolífera no Brasil, que foi uma luta intensa dos trabalhadores dentro do Congresso Nacional para assegurar o regime de partilha e proteger os interesses nacionais.

“O alvo de Marina é retirar do Estado o poder sobre essa riqueza, assim como propõe a redução do papel dos bancos públicos em favorecimento aos bancos privados”, enfatizou o dirigente sindical.

Ele também manifestou a preocupação da categoria com os ataques contra a maior empresa brasileira. “A Petrobras, em todos os processos eleitorais, é tema muito relevante. E mais uma vez a estatal é instrumentalizada em torno de uma disputa com a tentativa de denegrir e enfraquecer sua imagem e o seu papel no processo de desenvolvimento do Brasil”, disse.

Tentativa de desmonte tucano

Segundo Divanilton, a preocupação tem fundamento no passado, citando o afundamento da P36, uma plataforma de U$ 1 bilhão. Durante o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso. “Aquilo simbolizou o período neoliberal da Petrobras. Um período de destruição, desinvestimento e com a intenção clara de privatizar, mas pelas beiradas”, argumentou.

Essa tentativa de desmonte da Petrobras marcou a memória dos trabalhadores do setor. “Até mesmo as novas gerações, que não viveram esse período, sabem o que essa política representou. E a grande preocupação agora é com a proposta de Marina, diante do grau de ameaça para o Brasil”, salientou.

O dirigente sindical defendeu que é preciso fazer uma rigorosa apuração das denúncias sobre o caso de corrupção, mas ressaltou: “Não concordamos que transformem as insuficiências de gestão da Petrobras como justificativa para sua inviabilidade enquanto empresa estatal”.

Povo quer e merece mais

Divanilton também avaliou o atual processo eleitoral. Segundo ele, a classe trabalhadora foi uma das mais beneficiadas com as mudanças promovidas ao longo dos governos de Lula e Dilma, que foram os responsáveis “pela maior mobilidade social da história”.

“Promoveram a ampliação da renda, o acesso ao crédito e ao consumo beneficiando da população mais pobre, sobretudo, os trabalhadores”, declarou Divanilton, ressaltando que o povo quer e merece mais.

“Só quem construiu as mudanças é que tem autoridade moral, e principalmente, a capacidade de continuar promovendo as mudanças. Por isso, Dilma é a candidata que tem compromisso com o Brasil e com o trabalhador”, disse Divanilton.

Enfrentando a crise internacional

Ele destaca que Dilma “chamou pra si a responsabilidade” e tomou as medidas para que a crise do capital internacional não prejudicasse os trabalhadores. “O grande legado de Dilma foi proteger o país e, sobretudo, a classe trabalhadora, dos efeitos dessa crise”.

Ele pontua que a máscara da “mudança” de Marina e outros opositores como Aécio Neves (PSDB) representa o retrocesso. “O programa de Marina é uma carta de rendição aos banqueiros. O remédio que ela oferece é entregar a condução do país aos interesses rentistas. Isso é inverter a agenda prevalecendo o que se fez na Europa desempregando milhões de trabalhadores”, ressalta Divanilton.

Autonomia do BC

Segundo ele, a proposta de Banco Central independente é outra demonstração de retrocesso que afetará diretamente a vida dos trabalhadores, pois vai aumentar os juros, inviabilizar a atividade industrial, tendo como consequência o desemprego e o corte de investimentos sociais.

“Já vivemos essa agenda nos anos 90 e, por isso, o povo reagirá para impedir isso seja aplicado novamente no Brasil”, finalizou Divanilton.