Segurança pública preocupa goianos

A segurança pública é a área que mais tem preocupado os goianos. Os eleitores goianos entrevistados pela pesquisa Serpes/O Popular, realizada dos dias 10 a 15 de agosto deste ano, deram uma nota média de 3,87 para a segurança no estado. Questionados sobre o que seria necessário para que se sintam mais seguros, em uma cartela com oito possíveis medidas, a maioria (40,6%) dos entrevistados indicou punição mais severa para os crimes de menores.
Dos 801 entrevistados, 23,1% apontaram mais policiamento nas ruas (aumento do contingente) como medida para melhorar o setor. Outros 10,4% consideram que a melhor solução é investir mais em programas para menores, com ampliação de escolas de tempo integral, por exemplo. Ainda na lista de medidas, 6,7% dos goianos consideram aparelhar a polícia, com veículos e armas, a medida mais acertada para reduzir a criminalidade. Um sistema judiciário mais ágil e eficiente é defendido por 6,5%.
Em Goiânia, onde a população anda assustada com os assassinatos de mulheres, a nota 0 é apontada por quase um terço dos eleitores – 31,2%. Somente 1,2% dos entrevistados na capital dão nota 10 para o setor. E são justamente as mulheres que mais atribuíram nota zero à segurança: 29,3%, sendo que entre os homens, o índice é de 18,5%.
Na avaliação de Isaura Lemos, são vários os fatores que levaram a segurança pública em Goiás ao caos. “A greve da Polícia Civil chegou a mais de 80 dias devido ao não cumprimento do governo quanto ao reajuste salarial da categoria. As delegacias encontram-se totalmente sem condições de trabalho: faltam viaturas, alimentação e água, além do grave déficit de pessoal. A Polícia Militar tem um contingente de apenas 1.200 policiais para atender os 6 milhões de goianos. Atualmente, pequenas cidades do interior se transformaram em refúgio dos bandidos das médias e grandes cidades, as quais buscam, sem sucesso, apoio na Secretaria de Segurança Pública, já que, segundo o secretário, para prestar uma assistência eficiente, precisaria de pelo menos quatro vezes esse contingente”, afirma a deputada.
Isaura lembra ainda o desalento com o funcionamento do Poder Judiciário. “Poucos dias depois de presos, os bandidos estão nas ruas debochando dos policiais e ameaçando novamente a população”, disse.
A deputada ressalta também o grave peculiar quadro de Goiás. “Os 44 assassinatos de moradores de rua não solucionados. Denúncias por abuso de poder por setores de polícia, com diversos militares, estão sendo investigadas para além ainda da investigação do Caso Cachoeira, o qual também envolve vários agentes do poder público de Goiás. Portanto, na área de Segurança, nossa população está ao ‘Deus dará’. Também em relação à violência, no vaso da violência contra as mulheres, a pesquisa do IPEA considerou nosso estado o sexto mais violento do país”, concluiu.

(Com informações do Jornal O Popular)