Depois de dois meses, metalúrgicos do EISA voltam ao trabalho no RJ

Após dois meses de muita pressão e mobilização, os mais de 3.200 trabalhadores do Estaleiro Ilha S.A., no Rio de Janeiro, voltaram às atividades nesta terça-feira (26).

Eisa estaleiro - Reprodução

As férias coletivas de 15 dias se transformaram em dois meses de multa apreensão e angustia para os trabalhadores, que além da incerteza do emprego, não receberam os salários e as férias. Na semana passada a empresa, que sofre graves problemas financeiros, conseguiu empréstimo e fez o pagamento aos trabalhadores.

Sob o comando do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro (Sindimetal-Rio) e com a participação de lideranças políticas, a categoria realizou assembleia em que avaliou as conquistas e definiu os novos rumos do movimento.

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O presidente do Sindimetal-Rio, Alex Santos, destacou o papel dos trabalhadores. “Foi a nossa luta, a nossa mobilização e a nossa dedicação que nos trouxeram até aqui. Nossa luta não está terminada. Estamos em campanha salarial e precisamos debater o futuro dessa planta industrial”, disse ele na assembleia, ressaltando a necessidade de que “os trabalhadores têm que ter maior protagonismo na vida política do país”.

O ex-deputado federal Edmilson Valentim salientou que é preciso garantir o pleno funcionamento do estaleiro. “A luta pela recuperação desse estaleiro é tão importante para a comunidade da Ilha do Governador, quanto para o Estado do Rio de Janeiro e o Brasil”.

Jandira Feghali critica omissão do governo estadual

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que participou ativamente da luta com os trabalhadores na EISA, criticou duramente o governo do Estado. “Cadê o Sérgio Cabral? Cadê o Pezão? O governo do estado foi omisso com uma das maiores indústrias do Rio de Janeiro! Foi omisso e não estendeu a mão para os milhares de trabalhadores do EISA. Temos que debater o projeto de recuperação dessa planta industrial e só vamos descansar quando encontrarmos uma solução que possa dar tranquilidade para os trabalhadores”, enfatizou a deputada.

O presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, também esteve presente e destacou a unidade dos trabalhadores e frisou a importância dos trabalhadores identificarem os seus aliados. “Em Brasília, são 513 deputados, mas apenas 70 defendem a pauta dos trabalhadores e a geração de empregos. Empresa privada não vota, mas financia a campanha do candidato do patrão. Na hora de fazer a luta, nosso time é um só e nossa consciência não tem preço”, conclamou.

Antes de encerrar a assembleia, o presidente da entidade Alex Santos, destacou que ainda existem problemas no pagamento feito aos trabalhadores, mas adiantou que Departamento Jurídico da entidade já está atuando para sanar as divergências assim que forem emitidos os holerites. Alex ressaltou que a empresa se comprometeu a rediscutir os critérios do cartão-alimentação.

Da redação do Portal Vermelho, Dayane Santos
Com informações do Sindimetal-Rio