Cooperação econômica sino-brasileira vê novas oportunidades

Na medida em que a China e o Brasil estão transformando sua forma de desenvolvimento econômico, os dois países terão novas oportunidades para intensificar as cooperações bilaterais, disse à Xinhua Zhou Zhiwei, secretário-geral do Centro de Estudos para o Brasil, subordinado ao Instituto de Estudos para a América Latina da Academia Chinesa de Ciências Sociais.

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A China está procurando um caminho de desenvolvimento mais ecológico, enquanto o Brasil deve explorar o potencial de seu setor industrial e necessita mais investimento em construção de infraestrutura, assinalou Zhou.

"Os dois países são altamente complementares. Por um lado, a China é o maior parceiro comercial do Brasil e o comércio com os chineses é muito importante para manter o crescimento do comércio exterior do Brasil. Por outro lado, a China tem demandas duráveis das matérias-primas brasileiras no processo de urbanização e industrialização", disse Zhou.

No primeiro semestre de 2014, as exportações de mercadorias brasileiras à China atingiram US$ 23,88 bilhões, em comparação com os US$ 12,73 bilhões para os EUA. Durante o mesmo período, o Brasil importou US$ 18,40 bilhões em mercadorias da China e US$ 17,47 bilhões dos EUA, de acordo com os dados divulgados no site do Ministério do Comércio chinês. A China continua sendo o maior destino para exportações e a maior origem de importações do Brasil.

No entanto, diante dos ajustes econômicos domésticos dos dois países e das condições globais, a taxa de crescimento do comércio bilateral sino-brasileiro mostra uma tendência de desaceleração. No primeiro semestre do ano, o volume total das exportações e importações de mercadorias entre os dois países alcançou US$ 42,28 bilhões, representando um aumento de 7% em comparação com o mesmo período do ano passado. No entanto, durante o mesmo período de 2011, a cifra registrou uma alta anual de 43,6%.

"É normal que o ritmo de crescimento do comércio bilateral apresente uma tendência de desaceleração, na medida em que a China está eliminando pouco a pouco as indústrias obsoletas e transformando sua forma de desenvolvimento, como atualmente a maioria dos produtos brasileiros exportados à China é matérias-primas", disse Sun Yanfeng, pesquisador do Instituto Chinês das Relações Internacionais Contemporâneas.

"No entanto, será uma oportunidade de ouro para melhorar a estrutura comercial entre os dois países e podemos aproveitá-la para diversificar os tipos de produtos e promover um equilíbrio comercial, para que o comércio bilateral seja mais saudável", indicou Sun.

Sun acredita que o comércio de mercadoria já não é o foco único das relações econômicas entre a China e o Brasil, e o investimento e financiamento serão áreas com maior potencial para a cooperação sino-brasileira no futuro.

"Desde o ano passado, o governo de Dilma Rousseff lançou uma série de planos para a construção de infraestrutura nos setores de portos, aeroportos, estradas, ferrovias e petróleo. Assim, serão 11 mil quilômetros de ferrovias e 7 mil quilômetros de rodovias a serem construídas. Além disso, está encorajando as empresas chinesas a investir no país sul-americano, o que oferecerá uma boa oportunidade para que as companhias chinesas expandam sua presença no mercado brasileiro", disse Sun.

Fonte: Xinhua