Em entrevista, Campos adota discurso tucano de "controle da inflação"

O candidato Eduardo Campos, do PSB, foi o segundo entrevistado do Jornal Nacional, nesta terça-feira (12), dando sequência a série de entrevistas com os candidatos à Presidência da República. Campos engatou o discurso alarmista dos tucanos de que “é preciso controlar a inflação”, apesar dos dados apontarem que a inflação de julho apresentou a menor variação desde 2010.

Eduardo Campos no JN - Reprodução

Foram apenas 15 minutos de entrevista, mas foi possível perceber os pontos frágeis e as contradições de sua campanha, entre os quais, o fato do candidato e seu partido, o PSB, ter apoiado por mais de 10 anos os governos de Lula e Dilma, chegando a ser ministro, e prestes ao período eleitoral, no ano passado, ter retirado o apoio fazendo críticas e se lançando candidato. “O que o senhor diria aos críticos que afirmam que o senhor abandonou todos esses anos de colaboração a Lula e Dilma pela ambição de ser presidente da República?”, questionou Patrícia Poeta.

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Campos, por sua vez, declarou que não foi “ambição” e que a relação começou a estremecer com o PT ainda em 2012, quando o partido apoiou o PMDB em Pernambuco. “Já em 2012, nas eleições de 2012, nós enfrentamos o PT em várias cidades, inclusive no Recife. Quando a presidenta apoiou o Renan e o PMDB para Câmara, Renan para o Senado”.

Na avaliação dele, o “governo é o único que vai entregar o Brasil pior do que recebeu”. Pelo jeito Campos se esqueceu do governo tucano de FHC e não quer enxergar os avanços conquistados nos governos de Lula e Dilma.

Contradição

O candidato balançou quando foi questionado sobre a contradição na aliança com Marina, principalmente no que se refere ao Código Florestal, que o PSB votou em peso pela aprovação e o grupo de Marina contra. Campos tentou justificar a posição do partido por conta de interesses dos “estados onde o agronegócio tinha mais expressão” e minimizou a diferença.

Outro ponto abordando na entrevista foi a campanha de Campos para eleger a mãe, a então deputada federal Ana Arraes, ministra do Tribunal de Contas da União. Ele disse que não considera nepotismo: “se a nomeação fosse minha, seria nepotismo; ela disputou uma eleição no parlamento e venceu… eu só torci”.

Campos disse ainda que suas propostas de campanha como escola em tempo integral, passa livre para estudantes do ensino público, aumento dos investimentos em saúde para 10% da receita e multiplicar por 10 o orçamento da União não estão valendo e deverá ser avaliada no seu governo, caso eleito. “Patrícia, na verdade, só há uma promessa, que é melhorar a vida do povo brasileiro”, enfatizou.

Dilma

Nesta quarta-feira (13) será a vez da presidenta Dilma Rousseff. Segundo o manchetômetro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), que apurou o volume e a orientação do noticiário do Jornal Nacional sobre o governo desde o dia 1º de janeiro, o placar era de 83 minutos de notícias consideradas negativas à presidente Dilma Rousseff e 3 minutos de espaço classificado como positivo ao governo, até o dia 9 de agosto.