Psoca denuncia ataque contra sandinistas por grupo de direita

O Partido Socialista Centro-Americano (Psoca) veio a público denunciar o ataque violento praticado por grupos de extrema direita contra simpatizantes do sandinismo. O caso aconteceu no dia 19 de julho, quando caravanas de apoiadores do regime, retornavam de Manágua (capital nicaraguense) dos festejos em celebração ao 35º aniversário da Revolução Popular Sandinista. O saldo da violência foi cinco mortos e 19 pessoas feridas. Até o momento, os autores dos crimes ainda não foram identificados.

psoca nicaragua - Reprodução

O ataque aconteceu em dois pontos diferentes do Departamento de Matagalpa, quando a caravana se deslocava de Manágua para municípios do norte da Nicarágua a fim de deixar os participantes da festividade. Um dos ataques aconteceu às 21h, em El Carmen, quilômetro 76 da Rodovia Pan-Americana, em Ciudad Darío. Três horas depois, outro grupo atacou a caravana que se deslocava entre San Ramón e a comunidade El Jobo, em Matiguás. Yeltzin Talavera Galeano foi uma das vítimas fatais e Bismark Arteta Mena, motorista do ônibus, ficou ferido.

De acordo com o Partido Socialista, esse tipo de ataque não é comum no cenário político nicaraguense, pois teve como alvo a população civil e desarmada. A Igreja Católica e mesmo os partidos políticos da oposição manifestaram sua reprovação pelo ataque. No momento, o Exército e a Polícia estão trabalhando para identificar os culpados dessa "gigantesca provocação contra o governo”.

"Exigimos ao governo sandinista que realize uma investigação e que puna os culpados. Chamamos a uma unidade de ação democrática contra esses grupos de extrema direita que, sob a bandeira de luta contra a fraude eleitoral, cometem crimes contra a população civil. A luta democrática implica o direito de todos a gozarem das liberdades e isso implica o direito que os militares sandinistas também têm de se mobilizarem livremente e de celebrarem o 19 de julho e qualquer outra festa popular”, demandam.

Dois dias antes do atentado, na madrugada de 17 de julho, integrantes do grupo armado Força Democrática Nicaraguense Comandante 380 fizeram uma ocupação simbólica da Rodovia Pan-Americana, nas proximidades da fronteira com Honduras. Não houve incidentes e a ação foi apenas uma propaganda armada do grupo guerrilheiro. O Psoca denuncia que esse tipo de ação é criticado, mas os grupos armados da extrema direita estão fazendo ainda pior.

A atividade dos grupos armados de extrema direita seria uma reminiscência da guerra civil (1982-1990) nicaraguense. Em algumas regiões do país, a situação é tensa por conta de suas atividades. O governo sandinista reconhece a existência desses grupos, mas não estaria dando a eles importância política, definindo-os como gangues envolvidas no roubo de gado e no sequestro de pecuaristas, e não como guerrilheiros que lutam contra o governo e em favor de um estado de direito.

Fonte: Adital