Rússia considera desconcertantes as acusações da Ucrânia

O Ministério de Defesa da Rússia chamou nesta quarta-feira (23) de "desconcertantes" e "claramente incompetentes" as novas acusações por parte da Ucrânia sobre um suposto envolvimento da Rússia na derrubada do Boeing 777 da companhia Malaysia Airlines, em território ucraniano.

Boeing 777 da Malaysia Airlines

"Formulações dessa natureza provocam desconcerto e demonstram incompetência e falta de profissionalismo desses representantes do governo", afirmou o porta-voz do ministério, o general major Igor Konachenkov.

O oficial comentou assim as declarações do diretor do Departamento de Contra-inteligência do Serviço de Segurança da Ucrânia, Vitáli Naida, à emissora estadunidense CNN sobre sua convicção de "que ao que parece um oficial russo preparado e provisto de uma equipe apertou o botão para derrubar o Boeing malásio".

Para formular semelhantes conclusões são necessários fatos, e aqui "só se sopraram ao ar tolices", disse o representante do Ministério de Defesa da Rússia.

Desde o momento da tragédia na quinta-feira passada na região de Donetsk, que resultou na morte de 298 pessoas, as autoridades ucranianas acusaram diretamente as milícias populares de abater o avião comercial, sem ao menos iniciar as investigações.

O presidente Piotr Poroshenko declarou após a tragédia em território ucraniano que se tratava de uma ação terrorista ao reunir os mais altos funcionários das estruturas de poder, mas Kiev não respondeu por que as autoridades não decretaram o fechamento total do espaço aéreo quando havia combate nessa região.

A Ucrânia desconhece também a evidência entregue por Moscou de que um avião militar Su-25 voou na mesma trajetória que o Boeing 777, antes deste ser abatido.

A Rússia, por sua vez, entregou à União Europeia todos os dados obtidos pelo Ministério de Defesa sobre a catástrofe, confirmou o representante permanente em Bruxelas, Vladimir Tchijov.

O diplomata disse que foram entregues a todas as pessoas interessadas em russo e em inglês, mas por enquanto não há reação por parte da comunidade europeia.

Somente houve por parte dos Estados Unidos e foi totalmente previsível quanto ao questionamento dos dados russos. É seu direito, mas deveriam apresentar suas provas e até agora não o fizeram, disse o embaixador especial da Rússia.

Exteriozou confiar em que a investigação dessa catástrofe seja "verdadeiramente imparcial, independente e internacional", conforme ao estipulado na resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Sobre o tema, o diplomata russo preveniu os políticos europeus de pularem para conclusões precipitadas sobre as causas e as circunstâncias do acidente sem esperar os resultados da investigação.

Fonte: Prensa Latina