Piedad Córdoba: Violência contra Marcha Patriótica aumentou

A ex-senadora e líder política colombiana Piedad Córdoba denunciou que a violência contra o movimento Marcha Patriótica aumentou ao ponto em que mais de 60 de seus dirigentes foram assassinados.

Piedad Córdoba - Reprodução

Em declarações para a revista Semana, Córdoba disse que o preocupante é que em janeiro passado ela se reuniu com representantes do governo para lhes entregar uma lista dos 29 membros desse movimento assassinados e outros três desaparecidos.

Acrescentou que então teve um compromisso oficial do órgão estatal de proteger os militantes da Marcha, mas em menos de seis meses a situação, longe de se resolver, piorou.

"A partir disto foram registrados pelo menos 30 homicídios em menos de seis meses", disse Piedad, que solicitou uma reunião urgente com o ministro do Interior, Aurelio Iragorri, e o diretor da Unidade de Proteção, Andres Villamizar, para que "tomem as rédeas em um assunto que saiu das nossas mãos", afirmou.

A ex-senadora manifestou que tem visto, com preocupação, como têm aumentado os bombardeios da força pública em departamentos como Meta, Putumayo, Caquetá e a zona de Catatumbo no Norte de Santander.

"Não sabemos o que está acontecendo e nem quais são as ordens que estão dando", pontuou.

Fundada em 2012 e consolidada como um movimento social e político, os registros da Marcha precisam que a maioria dos homicídios contra seus dirigentes foram realizados anteriormente às greves e mobilizações de 2013.

A ex-senadora recordou que uma das solicitações desse movimento ao presidente Juan Manuel Santos, para apoiar sua reeleição a um segundo mandato (2014-2018), foi que os deixassem fazer política no país.

Mais especificamente pedimos a ele que desmontasse esse imaginário de que a Marcha Patriótica está relacionada com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (Farc-EP) e isso não foi cumprido, explicou.

Votamos a favor do processo de paz, mas após as eleições as perseguições pioraram através de detenções em massa e arbitrárias, denunciou.

Relatou como em 4 de julho passado, no mesmo dia em que várias organizações se reuniram em Villavicencio (capital do departamento Meta) para participar no fórum sobre as vítimas do conflito armado, dirigentes da Marcha denunciaram que um dos integrantes desse movimento foi objeto de uma ação armada do Exército.

Angel Torres, membro da Junta dessa organização, foi a vítima. Sua casa, localizada na zona rural de San Juan de Losada, em Meta, disse, foi alvo das metralhadoras do Exército, "ao que parece em um operativo no qual teria sido informado que ali se refugiava um guerrilheiro".

Enquanto aguarda uma nova reunião com o governo, a líder política disse que a situação pela qual a Marcha Patriótica está atravessando coloca em perigo o processo de paz instalado em Havana em 19 de novembro de 2012.

Fonte: Prensa Latina