Piedad Córdoba considera eleição de Santos um ‘plebiscito pela paz’

A ex-senadora colombiana Piedad Córdoba equiparou a reeleição do presidente Juan Manuel Santos como um plebiscito pela paz. “Finalmente, nós colombianos e colombianas entendemos a necessidade de acabar com mais de 50 anos de conflito armado”, afirmou.

Piedad Córdoba - Reprodução

O resultado das eleições do último domingo (15), na opinião da senadora, sela uma premissa importante para garantir uma paz sustentável e duradoura.

Em sua opinião, Santos deve fazer um chamado à reconciliação com os diferentes setores da sociedade para poder trabalhar em comum rumo a essa paz como roteiro.

Depois de se referir à necessária confidencialidade sobre os avanços significativos nos diálogos com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) – e outro eventual com o Exército de Libertação Nacional-, destacou a importância de uma pedagogia da paz, chave no êxito do segundo turno das eleições presidenciais.

“Acho que a Colômbia tem que participar mais, apaixonar-se pela paz”, sublinhou.

Ao comentar as declarações feitas nesta segunda-feira (16) ontem pelo ex-presidente e atual senador eleito Álvaro Uribe, que acusou Santos de fraude e compra de votos para assegurar sua vitória nas eleições, considerou-as extremamente preocupantes.

“É uma espécie de declaração de guerra, ressaltou. A Colômbia não pode seguir esse rumo quando saímos finalmente de uma luta armada de mais de meio século. Seria como entrar em uma guerra civil decretada por quem foi eleito democraticamente”, afirmou.

Os avanços alcançados em prol da paz em 19 meses de diálogos com acordos substanciais nos pontos desenvolvimento agrário integral, participação política e solução ao problema das drogas ilícitas, foram decisivos para a reeleição de santos, bem como a aliança de grande parte da esquerda e vastos setores políticos e sociais.

Esses avanços são acrescidos de 10 pontos fixados para abordar o tema das vítimas (o quarto tema na agenda acordada), entre estes a verdade, a justiça, o reparo, a não repetição e o respeito aos direitos humanos. Mas, sobretudo, com a presença na mesa de conversações dos afetados pelo conflito de mais longa duração na América Latina.

Prensa Latina