Paulo Roberto Costa: "Pasadena foi um bom negócio na época"

A exemplo de outros executivos que já depuseram na CPI da Petrobras, o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto da Costa confirmou que a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, era necessária e foi um bom negócio na época da realização, em 2006. Ex-diretor critica grande imprensa e diz que não há organização criminosa na Petrobras.

Paulo Roberto da Costa

Ao abrir seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga irregularidades na Petrobras, o ex-diretor criticou a imprensa, que, segundo ele, publicou fatos irreais, sem lhe conceder o direito de defesa nos 59 dias em que esteve preso.

Disse também que a petrolífera brasileira é uma empresa séria e competente: "Fiquei esse tempo recluso e muita coisa foi dita de forma antiética. Repudio com veemência a acusação de que a Petrobras é dominada por organização criminosa. A Petrobras não é nada disso que está se falando. É uma empresa séria e competente", afirmou.

Paulo Roberto destacou os danos que lhe causaram "as informações sem fundamento" veiculadas pela mídia.

"A imprensa publicou dados sem fundamento. Isso pôs uma pedra em cima da minha carreira. Virei diretor depois de 27 anos de casa. Não caí de para-quedas. Conseguiram neste tempo colocar minha figura e a da minha família numa posição delicada. Trinta e cinco anos não se jogam na lata do lixo como jogaram. Fui diretor da Petrobras durante oito anos. Ninguém fica oito anos como diretor de uma empresa como a Petrobras se não agir com competência e com ética. Tenho família e nome a zelar", ressaltou.

Abreu e Lima

Ao dar explicações sobre denúncias de superfaturamento na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto da Costa disse que a empresa errou ao divulgar dados preliminares relativos ao custo do empreendimento. A estatal informou em 2005 que a unidade industrial custaria US$ 2,5 bilhões.

Segundo Paulo Roberto, quando o número foi divulgado, não havia ainda o projeto da refinaria, tampouco definições sobre processos licitatórios. "Não houve má-fé. Houve o erro de divulgar um dado extremamente preliminar. Um dado divulgado na hora errada e de forma errada", afirmou.

Sobre irregularidades

Na última rodada de perguntas do relator José Pimentel (PT-CE), ele negou negou irregularidades no patrimônio de suas filhas e genros e disse também não ter orientado parentes a sumir com provas de interesse da Operação Lava Jato, que resultou na prisão dele e do doleiro Alberto Youssef, em março deste ano.

"Basta olhar o Imposto de Renda deles. Não tenho nada a dizer. Olha a declaração deles e checa. Tenho certeza de que não há nada de irregular", disse.

Paulo Roberto terminou o depoimento de forma emocionada, negando as acusações e dizendo-se injustiçado e sem saber por que foi vítima de "ilações e absurdos". bom negócio. Ninguém coloca petróleo cru na indústria, no carro ou no avião. Ter refinaria é algo importante e estratégico", explicou.

Da mesma forma que havia dito Nestor Cerveró, ex-diretor da Área Internacional, Paulo Roberto também considerou as cláusulas put option e Marlim irrelevantes para o fechamento do negócio. A primeira determinava que, em caso de desacordo entre os sócios, a outra parte seria obrigada a adquirir o restante das ações. A segunda garantia à Astra Oil, sócia da Petrobras, um lucro de 6,9% ao ano. As duas cláusulas foram excluídas do documento que serviu de base para que o Conselho Administrativo da empresa.

Com informações da Agência Senado