Fórum Estadual dos Movimentos Sociais define ações para 2014

O Fórum Estadual dos Movimentos Sociais, entidade ligada ao PCdoB, realizou na manhã deste domingo (1º de junho), sua sexta reunião ordinária. Na pauta do encontro, que aconteceu na sede do Comitê Estadual, a atualização do calendário de atividades relativas às diversas frentes, o papel dos comunistas nos movimentos sociais, seus desafios e perspectivas, e ainda a batalha eleitoral em 2014.

Nagyla Drumond, secretária estadual de movimentos sociais do PCdoB-CE, iniciou o debate destacando as exitosas ações dos movimentos no primeiro semestre deste ano. “Realizamos congressos da UJS, UBM e outras tantas atividades. Além das ações pontuais, estamos conseguindo unificar o nosso discurso em torno das bandeiras das reformas estruturantes que o Brasil precisa conquistar”, avalia.

A dirigente comunista destacou a criação nacional do Fórum dos Movimentos Sociais, em 2010, e o esforço de ter uma representação em todos os Estados. “Este é um espaço de debate, de aprofundar questões referentes ao posicionamento comunista nos movimento sociais diante de tantas demandas específicas de cada frente de atuação, quer seja na luta sindical, comunitária, popular, estudantil, negros, mulheres, enfim”.

Apesar das lutas específicas, Nagyla ratificou o tema central que os movimentos sociais devem estar atentos e empenhados neste ano. “Temos uma agenda ampla e nosso objetivo central em 2014 é defender a democracia, assegurar a quarta vitória consecutiva do povo reelegendo Dilma presidenta. Esta é principal batalha política e nossa militância deve estar inserida nela”, defende.

Segundo a comunista, as eleições devem ser o foco dos movimentos sociais e a “relação entre a atuação na esfera institucional e a construção de amplas frentes políticas não estão dissociadas”. “Tudo está condensado no nosso objetivo central: mobilizar e organizar a massa trabalhadora”.

Nagyla considerou ainda sobre a importância de os comunistas estarem alerta não só em suas áreas de atuação, quer seja nas fábricas, escolas ou associações de bairros. “Hoje em dia a sociedade inteira está em debate de ideias e devemos também estar inseridos neste espaço. A internet passou a ser mais uma ferramenta de atuação da nossa militância e lá também é espaço para a gente ocupar, com propostas, aprofundando o debate e desmentindo inverdades”.

A dirigente comunista considera que questões como a realização da Copa no Brasil, por exemplo, em que alguns setores conservadores tentam “transformar o patrimônio cultural de valorização do futebol num terrorismo midiático institucional”, não seja erroneamente interpretada. “O momento político exige uma militância preparada, crítica e criativa para acompanhar as pautas que saem das ruas. Vamos ocupar as redes sociais e fazer delas instrumento de política, mas sabendo que elas não substituem as tradicionais formas de mobilizar o povo: olho no olho, com diálogo e organização”.

“Avançar nas mudanças”

Luis Carlos Paes, presidente estadual do PCdoB-CE, também participou do encontro. Em sua intervenção ele também destacou a importância de garantir a reeleição de Dilma e a necessidade de avançar nas mudanças. “Estamos vivendo uma luta entre os que querem construir um país mais democrático e soberano e aqueles que historicamente defendem os interesses da minoria, aliados a um projeto que serve aos interesses das potências americanas e europeias. Não podemos permitir o retrocesso do Brasil, pois a vitória deste projeto comprometido com o país interessa especialmente às classes trabalhadoras e aos que querem construir uma pátria socialista”, defende.

O dirigente comunista destacou questões econômicas que embasam as conquistas do povo brasileiro, dentre elas a valorização do salário mínimo. “O salário mínimo cresceu acentuadamente, com valorização de mais de 70%. Isso levou milhões de brasileiros, uma parcela importante dos trabalhadores, a alcançarem certa ascensão social”, destaca.

A realização da Copa do Mundo no Brasil e a forma como alguns grupos têm condenado os investimentos também foram criticados por Paes. “Da forma como eles apresentam, parece que a Copa é a responsável pelos grandes problemas que existem no Brasil, como se não tivesse a Copa, o país estaria as mil maravilhas. Esta é uma guerra que se trava na sociedade. Hoje, quando ligamos a TV ou abrimos um jornal impresso, é como se vivêssemos no caos e a culpa fosse da Copa. Temos que enfrentar esta guerra ideológica e não nos transformarmos em impulsos para a roda do moinho conservador”.

Ele cita as obras de mobilidade urbana como o grande legado que ficará para os brasileiros. “A realização da Copa tem sido uma oportunidade de antecipar obras importantes, como as de mobilidade urbana, que já deveriam ter sido executadas há anos. Algumas foram concluídas, outras estão em estágio avançado e todas ficarão para o benefício de nossa população após o fim dos jogos”, defende.

Luis Carlos Paes sugere que temas como estes devem ser discutidos e aprofundados. “Nosso dever é mudar a pauta e fazer o debate do desenvolvimento, em defesa das reformas estruturantes que o país precisa, estarmos mobilizados e colocar a política no centro das discussões”, considera.

O dirigente comunista também reforçou a importância de a militância estar concentrada na pauta política, garantindo a reeleição de Dilma, além do projeto comunista para o Ceará. “No Estado, temos uma boa oportunidade de crescimento, com a proposta de lançarmos chapa própria, em torno de 40 candidatos. Nosso objetivo é eleger 3 deputados estaduais, além de reeleger Chico Lopes e João Ananias deputados federais e ainda garantir a reeleição de Inácio Arruda senador”, ratifica.

Luis Carlos Paes reforçou que a atuação dos movimentos sociais, seu fortalecimento e o êxito nas urnas estão essencialmente interligados. “Tudo faz parte da compreensão do papel de cada um de nós, onde quer que atuemos. Devemos fazer este esforço de mobilizar e convencer de que estamos num período decisivo. E o PCdoB é um partido que tem influência, respeito, história e esta é a nossa principal força: nossa militância organizada. Vamos à luta!”

Em seguida os representantes das diversas frentes dos movimentos sociais participaram do debate. Eles apresentaram as bandeiras específicas, reforçaram a necessidade de unificar e fortalecer as mobilizações em prol da classe trabalhadora e ainda ratificaram o empenho em garantir o êxito comunista nas urnas.

De Fortaleza,
Carolina Campos