Em seu maior congresso, UJS elege Renan Macaxeira como novo presidente

Considerada uma das mais importantes organizações políticas de juventude do Brasil, a UJS reuniu mais de três mil jovens entre os dias 22 e 25 em Brasília para realizar seu 17º Congresso, o maior até hoje. Dilma Rousseff esteve presente e recebeu o apoio dos jovens que firmaram um compromisso: lutar na trincheira das ideias e das massas para a reeleição da presidenta. Depois de quatro anos à frente da entidade, André Tokarski passou seu posto ao amazonense Renan Macaxeira.

Renan Macaxeira - UJS

O presidente eleito da UJS afirmou que o congresso mostrou uma militância “vibrante”, sintonizada com o tema “Amar e Mudar as Coisas”, para fazer um balanço dos últimos 12 anos de governo popular no Brasil, assim como consolidar as reivindicações para o próximo período. “Estamos nos atualizando com as demandas das novas gerações, a juventude está sempre em movimento e essa reflexão é muito importante. O nosso encontro fez bem em olhar além do processo somente conjuntural e apontar, na verdade, as grandes contradições e entraves para o desenvolvimento e a democracia”, destacou.

Leia também: 
Dilma participa de Congresso da UJS e anuncia reforma política
Natural de Manaus, com 27 anos e estudante de tecnologia mecânica na Fatec de São Paulo, Renan Macaxeira acredita que o momento do país nunca foi tão fértil para organizar e politizar a juventude.

“Primeiramente temos uma situação de bônus demográfico, com grande número de jovens na população brasileira, depois temos o episódio das manifestações de junho, que foi realizado pela juventude e foi muito positivo. Aqueles jovens que foram às ruas venceram, conseguiram a redução nas passagens do transporte público, conseguiram os royalties do petróleo para a educação, conseguiram que a reforma política entrasse na pauta do poder público. Ou seja, esses jovens estão constatando que vale a pena lutar, vale a pena ir para a rua”, declarou.

Um dos pontos altos do Congresso da UJS foi a presença da presidenta Dilma Rousseff, no sábado. Ela recebeu o apoio da entidade para o processo eleitoral de 2014 e reforçou seu compromisso com as políticas públicas de juventude. A UJS acredita que as eleições serão um novo momento de enfrentamento de ideias, com a disputa dos votos de 40 milhões de jovens, sendo 11 desses eleitores pela primeira vez.

A luta pela educação continua sendo prioridade para a organização, que enxerga os avanços do último período, mas está ansiosa pela conquista de algumas vitórias como a aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE) com 10% do PIB investidos em educação pública. “Precisamos denunciar a contradição existente quando o país não aprova os 10% para a educação, mas cerca de 40% do orçamento nacional são destinados somente ao pagamento da dívida pública e de seus juros”, criticou Macaxeira.

Com a proximidade da Copa do Mundo, a UJS também reforçou a defesa ao evento e seu legado, combatendo o discurso de pessimismo promovido por alguns setores da sociedade. “Não tem contradição, eu quero Copa, Saúde e Educação”, foi o grito de ordem ouvido em diversos momentos do congresso. Outros assuntos que ganharam ainda mais força na pauta da entidade foram o combate ao racismo e ao genocídio da população negra, a reforma política, a democratização da mídia, o combate ao machismo e à homofobia.

Entre os convidados presentes no encontro esteve também a deputada federal chilena Camila Vallejo, líder dos recentes movimentos de juventude de seu país, além de diversas delegações de jovens de muitos países da América Latina, África, Ásia e Oriente Médio. O Congresso teve homenagens marcantes, como o ato em memória à Guerrilha do Araguaia.

O novo presidente

Renan Macaxeira começou sua militância no ensino médio, durante as eleições de 2002, quando passou a se interessar por marxismo e lutar contra a desigualdade social. Já na faculdade conheceu a UJS durante o processo de fundação do seu Centro Acadêmico. A partir de então Macaxeira não se afastou mais do movimento estudantil.

Participou do Festival Mundial da Juventude na Venezuela em 2005 e em seguida integrou a direção nacional de Relações Internacionais da UNE. Nesta tarefa Renan fortaleceu os laços da maior entidade do movimento estudantil brasileiro com diversos países. Mais tarde passou para a direção da Oclae e viveu por quatro anos em Cuba, à frente da entidade caribenha de estudantes percorreu 28 países.

Com informações da UJS