Deputados debatem setor de jogos eletrônicos e digitais no Brasil

Nesta terça-feira (27/05), as comissões de Cultura (CCult) e de Ciência e Tecnologia da Câmara realizam audiência pública conjunta para debater o setor de jogos eletrônicos e digitais no Brasil. O debate atende a requerimento da deputada Luciana Santos (PCdoB-PE), presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Cultura, que acredita que esse é um setor que oferece grandes oportunidades para a economia criativa nacional.

Deputados debatem setor de jogos eletrônicos e digitais no Brasil

De acordo com a deputada, os dados referentes ao crescimento do setor no Brasil e as perspectivas de expansão do segmento revelam a existência de uma população aberta ao consumo dos jogos digitais.

“O Brasil já é atualmente o 4º maior mercado de jogos digitais do mundo, estando à frente do Reino Unido, Alemanha e Espanha, de acordo com a consultoria GFK. Em 2012 o mercado nacional de games movimentou R$5,3 bilhões e estima-se o crescimento de 38% para o ano de 2013”, explica a parlamentar.

Especialistas atribuem o bom momento desse mercado ao crescimento do acesso à tablets e smartphones. Estima-se que 45 milhões de brasileiros utilizem a internet pelo celular; destes, 35 milhões tem algum joguinho em seu celular. Apesar do entretenimento ser o foco principal do setor de jogos digitais, o mercado já inclui jogos publicitários, educativos e empresarial.

Iniciativa nacional 

Outro aspecto destacado pela deputada Luciana e que deve ser discutido durante a reunião é que a maioria absoluta dos jogos digitais consumidos pelos brasileiros não são iniciativas nacionais, com destaque para os produtos chineses, japoneses e norte americanos.

Dentre a lista dos 10 games mais vendidos no Brasil, divulgados recentemente pela GFK Consultoria figuram: "God of War: Ascension", "The Last of Us", "Call of Duty: Black Ops II", "Just Dance 4", "Assassin's Creed III", "Grand Theft Auto IV" e "Assassin's Creed II".

Entretanto há iniciativas nacionais de sucesso a exemplo do Game Toren, desenvolvido pelo estúdio gaúcho Swordtales, que foi o primeiro jogo aprovado para receber recursos por meio da Lei Rouanet. A estimativa é que atualmente existam mais de 73 mil empresas na área de Tecnologia da Informação.

“Este cenário precisa observar a necessidade de diminuição da defasagem tecnológica entre o Brasil e outros países, considerando a necessidade de fomento, marco regulatório, para este setor recente da economia nacional”, defende Luciana.

“Por outro lado, falar da criação nacional de jogos digitais é falar da criatividade do povo brasileiro, que pode agora ser expressa e amplamente difundida através das mídias digitais, podendo se tornar cada vez mais uma ferramenta educativa e de fortalecimento da cultura popular”, completa.

Foram convidados para o debate representantes dos ministérios da Ciência e Tecnologia, da Cultura e das Comunicações; da Associação Comercial, Industrial e Cultural de Games (Acigames); do Porto Digital, Parque Tecnológico de Tecnologia da Informação e Comunicação e Economia Criativa; da Google Play, loja de aplicativos para o Sistema Android; da Divisão Brasileira Apple os criadores do game da Galinha Pintadinha, Marco Luporini e Juliano Prado.

Da Redação em Brasília
Com informações da Ass. Dep. Luciana Santos