Tailândia vive incerteza política após golpe de Estado

No terceiro dia após o golpe de Estado na Tailândia, a junta militar do país na Tailândia dissolveu neste sábado (24) o Senado e afastou de suas funções três altos funcionários da área de segurança considerados próximos à corrente política do governo deposto e seu líder, Thaksin Shinawatra.

Tailândia vive incerteza política após golpe de Estado - EFE

O Senado era até agora o único órgão legislativo ativo no país depois que o Parlamento foi dissolvido no começo do ano pela convocação de eleições antecipadas, canceladas posteriormente pelos tribunais.

A população tailandesa convive agora com a incerteza latente sobre o futuro rumo político do país. A detenção de dirigentes de diferentes grupos em disputa, incapazes de acordar uma saída da crise nacional, seguiu a dissolução de acampamentos de protesto da pró-governamental Frente Unida pela Democracia contra a Ditadura (UDD) dos "camisas vermelhas" e do opositor Comitê de Reforma Democrática Popular (CRDP).

Entre os presos figuram o ministro de justiça, Chaikasem Nitisiri e outros membros do gabinete, além de líderes das duas últimas formações citadas, Jauporn Promphan e Suthep Taugsuban, respectivamente.

Com a constituição suspensa, exceto o capitulo dois sobre a monarquia, a autoridade de facto notificou aos integrantes restantes do executivo derrubado a apresentar-se ante a junta militar golpista que mudou seu nome para Conselho Nacional para a Manutenção da Paz e da Ordem. A convocação inclui ao premiê interino, Niwattumrong Boonsongpaisan.

O chefe do exército, general Prayuth Chanocha, justificou a ação como “uma necessidade para restaurar a ordem ante a falta de acordo das partes em conflito e a ameaça de um recrudescimento incontrolável da violência”. A população foi chamada a permanecer calma e a continuar sua vida normal, ainda que com um toque de recolher.

A junta também anunciou a destituição do chefe da Polícia Real da Tailândia, Adul Saengsingkaew, transferido para posto inativo no escritório do primeiro-ministro, segundo informações do jornal Bangcoc Post.

Nas últimas horas a junta militar também revogou a Constituição e criou um novo governo formado por generais, que pretende realizar reformas políticas e econômicas sem que por enquanto tenha dado um prazo para devolver o poder a um governo civil.

Novas eleições na Tailândia estavam previstas para o mês de julho, mas, frente à atual crise, as autoridades estudam a ideia de adiá-las, pelo menos, até o mês de agosto.

Da redação do Portal Vermelho,
Com informações da Prensa Latina e agências de notícias