Mais uma vez, Maduro questiona ingerência dos EUA na Venezuela

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou na terça-feira (20) que "repudia" o projeto de lei em análise no Senado nos Estados Unidos, que determina sanções a funcionários do governo venezuelano que violarem direitos civis de participantes de protestos no país.

A proposta passou pela Comissão de Relações Exteriores do Senado norte-americano e agora será votada em plenário. As sanções previstas são a revogação de vistos de entrada nos EUA e o "congelamento" de ativos (dinheiro) de funcionários do governo de Nicolás Maduro, movimentado no país.

"Esta [proposta] é uma medida detestável e uma prova da ingerência de setores da direita americana nos assuntos internos do nosso país", afirmou Maduro durante reunião com o alto comando político.

O projeto de lei, apresentado em 13 de março pelo senador democrata Robert Menéndez e que contou com o apoio dos republicanos John McCain e Marco Rubio, foi aprovado por 13 votos a favor e 2 contra pelos membros do Comitê de Relações Exteriores do Senado. O projeto de sanções será debatido agora em sessão plenária e submetido à votação dos 435 membros do Senado. Depois disso, ainda deverá ser sancionado pelo presidente dos EUA, Barack Obama.

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O projeto de lei partiu de uma iniciativa conjunta entre o democrata Bob Menéndez e o republicano Marco Rúbio, e prevê que sejam revogados os vistos e congelados os ativos de funcionários do governo de Nicolás Maduro, em território norte-americano, responsáveis por violar os direitos humanos e censurar pessoas ou meios de comunicação que informem sobre os protestos.

De acordo com o senador Marco Rúbio, pelo menos 25 funcionários venezuelanos reúnem as condições para serem sancionados. Desde o início dos protestos na Venezuela, há quase três meses, 42 pessoas morreram e pelo menos 800 ficaram feridas.

Contra a ingerência

Maduro criticou também as recentes declarações da secretária de Estado Adjunta dos Estados Unidos, Roberta Jacobson, que comentou que o processo de diálogo entre o governo da Venezuela e a oposição tem que dar resultados e não pode se transformar em uma "simples reunião".

"Eu repudio, rejeito, detesto a ingerência destes setores da extrema-direita dos Estados Unidos nos assuntos internos de nossa pátria. E as declarações de Jacobson são ainda mais detestáveis", disse Maduro durante uma reunião com parte de seu gabinete.

"Há um império neste planeta que acredita ter o direito de governar a Venezuela, de se intrometer nos assuntos venezuelanos, já basta. Além de insolente, (Roberta) Jacobson é arrogante", afirmou o governante.

Da redação do Portal Vermelho,
Com informações da Agência Brasil, da EFE e da Telesur