Governo responde reivindicações da Polícia Civil em greve nesta quarta

Os policiais civis amanheceram de braços cruzados nesta quarta-feira (21). Segundo a Confederação de Trabalhadores da Polícia Civil (Cobrapol), 15 estados aderiram à paralização de 24 horas para reivindicar uma política nacional de segurança pública. Os ministros da Justiça e da Secretaria-Geral da Presidência, José Eduardo Cardoso e Gilberto Carvalho, respectivamente, responderam à mobilização.

Greve da Polícia Civil - Reprodução

O governo federal questionou a greve da Polícia Civil e das forças de segurança de vários estados anunciada para esta quarta-feira (21), a 22 dias da Copa do Mundo.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, declarou que a greve é inconstitucional, “força armada, seja ela policial ou militar, não podem fazer greve. Esse é um entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), houve dúvidas durante um período, mas esse é um entendimento que está cada vez mais sacramentado. Com certeza, policias que honraram e honram a constituição não ousarão desrespeitá-la".

O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, classificou nesta quarta-feira (21) a paralisação de policiais como "ostensivamente" ilegal. Segundo ele, a realização de greve por parte de qualquer uma das polícias, incluindo a civil, é vedada por lei. Adams afirmou ainda que a Advocacia Geral da União, que defende os interesses da União, já entrou com liminares na Justiça contestando as paralisações.

Para o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, o governo aposta no “bom-senso” das corporações para que não haja greve dos setores responsáveis pela segurança do país durante a Copa do Mundo. “Acreditamos que essa movimentação pré-Copa não vai acontecer durante a Copa porque entendemos que as pessoas têm responsabilidade e sabem o que significa para o país um evento desse. Sinceramente, não acredito que nenhuma polícia ou corporação policial vai fazer greve durante a Copa, as pessoas têm noção do que significa isso”, afirmou.

O presidente da Cobrapol, Jânio Bosco Gandra, rebate ao dizer que a mobilização de 24 horas não pode ser chamada de greve. “Porém, ressalto que o movimento de hoje não é greve. É uma paralisação de um dia apenas para cobrar do governo medidas efetivas para sanar os problemas da segurança pública”. A categoria exige um nivelamento do salário dos policiais em todo o país e melhores condições de segurança.

Apesar de 15 estados terem anunciado adesão à greve – Amazonas, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins – reportagem da Agência Brasil aponta que nem todos realmente paralisaram as atividades, muitos apenas manifestaram apoio.

Da redação do Vermelho, com agências