Bachelet encaminha o primeiro projeto de reforma educacional no Chile 

A presidente do Chile, Michelle Bachelet, assinou nesta segunda-feira (19) o primeiro projeto da reforma educacional no país, um dos principais pilares do programa de governo. A reivindicação por uma educação pública, gratuita e de qualidade é a principal bandeira do movimento estudantil chileno, que, desde 2011 tem realizado diversos protestos em todo o país. 

Bachelet encaminha o primeiro projeto de reforma educacional - EFE

 A iniciativa propõe a eliminação do lucro, da seleção de alunos por parte dos colégios e dos copagamentos nos estabelecimentos particulares subvencionados pelo Estado. "Estamos começando a reforma educacional mais significativa dos últimos 50 anos", disse a mandatária ao assinar o projeto.

Bachelet ressaltou a "transcendência" da reforma e assegurou que o projeto assinado"recolhe as reivindicações que foram colocadas nas ruas" e se orienta para que o Chile "tenha uma educação de qualidade, gratuita e integradora".

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De acordo com a mandatária, o lucro, o copagamento e a seleção "afetam a qualidade e fomentam a discriminação, a segregação e as inequidades do sistema educacional chileno. Devemos terminar com eles para ter um sistema melhor, mais integrado, mais justo e equitativo", afirmou.

Bachelet explicou que os colégios particulares subvencionados passarão de forma gradual a ser gratuitos, porque o Estado se encarregará do que os pais dos alunos pagavam até agora. Já o fim da seleção significa que os colégios não poderão aplicar mecanismos discriminatórios para aprovar ou rejeitar o ingresso de um aluno, mas levarão em conta fatores como ter irmãos no estabelecimento, ser filho de professores ou viver no mesmo bairro.

A governante pediu a realização de um debate para aprovar a iniciativa, que iniciará seu trâmite nesta terça (20) na Câmara dos Deputados.

Movimento estudantil

A Confederação de Estudantes do Chile (Confech) – que agrupa as federações universitárias, em Valparaíso -, no entanto, confirmou a realização de uma mobilização na próxima quarta-feira (21), Várias organizações de alunos de ensino médio confirmaram participação no ato.

Bachelet estará também em Valparaíso nesse dia para apresentar perante o Parlamento a primeira conta pública de seu segundo mandato presidencial, iniciado no último dia 11 de março.

"Vai ser complexo, [a reforma] tem muitas arestas que devem ser debatidas para mudar as bases de nosso sistema educacional", disse a deputada comunista Camila Vallejo, uma das líderes das mobilizações estudantis de 2011.

A presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (FECh), Melissa Sepúlveda, afirmou que o conteúdo do projeto é “insuficiente e que se contradiz com as expectativas geradas pelo atual governo, já que não garante o fim da educação de mercado nem seus excessos”.

Com informações da Opera Mundi e de agências de noticias