CTB participa de campanha em solidariedade aos haitianos em SP

Na manhã desta terça-feira (12), dirigentes da CTB estiveram na Paróquia Nossa Senhora da Paz, na Rua do Glicério, na região central da capital paulista, para levar solidariedade, água e doações para centenas de imigrantes haitianos. Esta igreja se tornou um abrigo para os haitianos que têm chegado do Acre.

CTB se solidariza com os imigrantes haitianos - CTB

A iniciativa faz parte de uma Campanha de Solidariedade Unitária das Centrais Sindicais, que busca abrir um canal de diálogo com o Governo Federal sobre a situação dos imigrantes.

“Estamos buscando uma reunião junto ao Governo Federal que possibilite o diálogo frente à dramática situação dos haitianos que chegam ao Brasil em grande escala e enfrentam uma série de problemas”, destacou Adilson Araújo, presidente da CTB.

“Apesar de ter sido um dos primeiros a obter sua independência, o Haiti tem enfrentado uma grave situação política. Essa condição se complicou após o terremoto de 2010”, avalia o líder cetebista.

Catástrofe natural

No dia 12 de janeiro de 2010, o Haiti sofreu um terremoto que matou mais de 230 mil pessoas e deixou um milhão e meio de haitianos sem teto. Frente a esse cenário desolador, muitos optaram pela migração. Em 2010, eles começaram a entrar no Brasil pelas fronteiras no Norte do país, principalmente pelo Acre.

Em 2012, o governo estadual passou a abrigá-los num alojamento na cidade de Brasileia, na fronteira com a Bolívia. Como chegavam sem vistos, eles permaneciam ali até tirar os documentos para trabalhar legalmente no país. A cidade, de 20 mil habitantes, chegou a abrigar 2,5 mil imigrantes.

No início deste ano a situação se agravou com cheia do rio Madeira. Em março o abrigo de Brasileia, que chegou a acolher 1,9 mil estrangeiros em situação degradante, foi fechado.
Além de fechar o abrigo, o governo do Acre tomou a decisão de transportar cerca de 400 imigrantes a São Paulo, que foram acolhidos pela casa Pastoral do Migrante, da Missão Paz.

A missão também conta com uma mediação para o trabalho, com a retirada de documentos e na recepção de propostas de trabalho de empresas que desejam contratar estrangeiros. Existe um acompanhamento pela Pastoral para evitar o trabalho escravo e o tráfico de humanos.

De acordo com o padre Antenor Della Vecchia, que recebeu os sindicalistas da CTB, nas últimas duas semanas já passaram mais 500 pessoas pela comunidade, que não recebe nenhum auxílio da administração pública. No entanto, segundo o padre o que não sobra é solidariedade. “Do poder público, não recebemos ajuda, mas da comunidade civil já tivemos várias manifestações de solidariedade”, afirmou.

Ainda segundo Della Vecchia vários profissionais têm se oferecido como voluntários para dar aulas, inclusive, de português para estes trabalhadores haitianos que chegam ao Brasil com uma série de problemas e também a barreira do idioma.

A Paróquia Nossa Senhora da Paz, na Rua do Glicério, está recebendo todo tipo de contribuição, desde água e alimentos até roupas e cobertores.

Fonte: CTB