Egito: Al-Sisi afirma abolição de Irmandade se eleito presidente

O ex-general do Exército egípcio, Abdel Fatah al-Sisi garantiu, nesta segunda-feira (5), que “não haverá, no Egito, algo chamado Irmandade Muçulmana”, caso ganhe as eleições presidenciais, no final deste mês. O movimento vem sendo perseguido desde que Sisi liderou a destituição do ex-presidente Mursi, cujo Partido da Justiça e Liberdade era filiado à Irmandade, em julho de 2013, um ano após a sua eleição.

General do Egito - AFP

De acordo com a emissora HispanTV, foi a primeira vez que o general apareceu vestido em roupas civis na televisão, durante uma entrevista sobre a sua campanha eleitoral. Al-Sisi rechaçou a existência da Irmandade Muçulmana e disse que se candidata à presidência porque “o país vive um caos”. Sisi deixou o comando oficial do Exército em março para concorrer ao cargo presidencial.

Desde julho passado, o presidente interino é Adly Mansour, posto no cargo com respaldo do Exército, após a liderança de Al-Sisi na destituição de Mursi. O Egito era palco de protestos massivos contra diversas medidas do governo islâmico, eleito um ano antes, nas primeiras votações da história egípcia.

Confrontos entre os opositores de Mursi e os apoiantes da Irmandade Muçulmana tomaram o país durante e após a sua derrubada, deixando um alto número de mortos e desestabilizando o Egito novamente, dois anos depois da destituição do ditador Hosni Mubarak, que esteve no poder por três décadas, com o respaldo das Forças Armadas.

O governo interino levou a cabo medidas severas de restrição das manifestações e de repressão contra os partidários e apoiadores da Irmandade Muçulmana, que têm sido presos e criminalizados. Centenas de manifestantes ligados ao grupo já foram condenados à morte, em julgamentos coletivos onde apenas um pequeno número está presente, sem direito a defender-se.

Nas próximas eleições, as primeiras desde a derrubada de Mursi, Al-Sisi enfrentará apenas um rival, o líder esquerdista Hamdeen Sabahi. O diplomata Mohamed el-Baradei, nome que levou muitos a apoiarem o movimento de destituição, afastou-se do governo interino apenas um mês após a sua instalação, devido à discordância com as políticas repressivas. O cargo que ocupou de 14 de julho a 14 de agosto de 2013, de vice-presidente, foi abolido após a sua renúncia.

Atualizada às 10h15

Da Redação do Vermelho,
Com informações da HispanTV