Venezuela recusa inclusão de Cuba em lista terrorista dos EUA

O representante permanente da Venezuela na ONU, Samuel Moncada, condenou, nesta sexta-feira (2) a recente inclusão de Cuba na unilateral lista de promotores do terrorismo elaborada pelos Estados Unidos.

“Recusamos de forma contundente as acusações de Washington contra o país caribenho, e denunciamos sua falta de moral e capacidade legal para julgar outros países”, afirmou à agência de notícias Prensa Latina.

De acordo com o diplomata, os Estados Unidos carecem de autoridade moral porque dão proteção em seu território a criminosos foragidos da justiça, responsáveis por atos terroristas.

“Temos o caso de Luis Posada Carriles, autor da explosão em outubro de 1976 de um avião cubano com 73 pessoas a bordo, e de terroristas que puseram bombas na Venezuela”, ilustrou.

Moncada também advertiu que a Casa Branca viola com suas declarações unilaterais o princípio da igualdade soberana dos Estados, consagrado no Direito Internacional.

“Os Estados Unidos não têm capacidade de instituir-se juiz, o que faz com que sua prática imperial seja cada vez mais recusada”, disse.

Para o embaixador venezuelano, outros argumentos a considerar são a hipocrisia dos Estados Unidos e sua marcada intenção de prejudicar o processo de paz que Cuba acolhe, entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP).

“Também é importante recordar que a Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) e o Movimento de Países Não Alinhados (Mnoal) condenaram a elaboração de listas unilaterais, afirmou.

O Departamento de Estado norte-americano publicou na terça-feira sua relação anual de países acusados de promover o terrorismo internacional, na qual incluiu Cuba, Irã, Síria e Sudão.

Havana recusou através de sua chancelaria as acusações de Washington, as quais inseriu em seu empenho de justificar o bloqueio econômico, comercial e financeiro aplicado por mais de meio século, apesar do repúdio mundial quase unânime ao cerco.

Cuba qualificou como “absurda” a designação, que ocorreu pela trigésima segunda ocasião consecutiva.

Fonte: Prensa Latina