Recentes combates em Sudão do Sul deixam milhares desalojados

Quase 17 mil pessoas ficaram deslocadas ou foram afetadas pelos combates dos últimos dias no Sudão do Sul, informou nesta quinta-feira (1) o Escritório de Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha).

Sudão do Sul - AFP

Segundo essa agência especializada, os dados procedem das autoridades do país africano, onde em dezembro passado estouraram choques armados entre militares leais ao presidente Salva Kiir e partidários de seu principal rival, o ex-vice-presidente Riek Machar.

As novas vítimas do conflito somam-se aos milhares de mortos e quase um milhão de desalojados internos e externos da nação mais jovem do planeta, que obteve sua independência do Sudão em 2011, depois de um referendo.

Apesar do cessar fogo acordado pelas partes há três meses, os confrontos prosseguem em vários pontos do país, como os estados de Unidad e Jonglei.

Em meados de abril, matanças étnicas e ataques a refugiados em uma base da Missão das Nações Unidas (Unmiss) provocaram uma escalada da crise. De acordo com a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, as lutas pelo poder neste conflito interno do país africano dexiam milhões de pessoas à beira de uma catástrofe.

“Vemos uma mistura letal de recriminações, discursos de ódio e assassinatos por vingança, que têm provocado nos últimos quatro meses e meio uma crise, sem que os líderes sul-sudaneses nem a comunidade internacional pareçam entender a gravidade da situação”, lamentou. Além dos mortos e desalojados, a fome converteu-se em uma ameaça para a população, ante a chegada da temporada de chuvas e as dificuldades criadas pela violência ao trabalho de agências humanitárias, como o Programa Mundial de Alimentos.

Fonte: Prensa Latina