Argentina entrega atas da ditadura para Mães da Praça de Maio

Nesta terça-feira (29), as Mães da Praça de Maio receberam das mãos do ministro do ministro da Defesa da Argentina, Agustín Rossi, uma cópia das atas da última ditadura na Argentina (1976-1983) que foram encontradas em novembro do ano passado.

Argentina entrega atas da ditadura para Mães da Praça de Maio - Reprodução

As atas foram encontradas durante uma limpeza no subsolo do Edifício Condor, sede da Força Aérea em Buenos Aires. Após ter passado pelo processo de análise, restauração e digitalização, a maior parte das 1,5 mil pastas contendo documentos também podem ser consultadas, desde o mês passado, na Biblioteca Aeronáutica da capital argentina.

Rossi afirmou que a entrega das cópias "é um reconhecimento enorme à luta que tiveram as Mães em todos estes anos, pela vigência dos direitos humanos na Argentina", segundo informou a agência EFE. O ministro esteve reunido com a titular da associação Mães da Praça de Maio, Hebe de Bonafini, e outras 18 mães de todo o país.

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De acordo com ele, a sede da organização é o "lugar onde as atas devem estar" como testemunho da luta que durante 37 anos mantiveram para encontrar seus filhos desaparecidos durante a ditadura – as Mães começaram a fazer manifestações semanais na Praça de Maio para reivindicar o desaparecimento seus filhos em 30 de abril de 1977, em plena ditadura.  

"As Mães sempre disseram que os documentos deviam estar em algum lugar, e essa enorme fé que tinham está concretizada com este achado", afirmou Rossi na sede da associação.

"Jamais imaginávamos que depois de tantos anos estaríamos tão felizes com este achado. Nunca tínhamos pensado em ter nas mãos estas atas assim como ver os repressores presos", sustentou Hebe de Bonafini.

Rossi ressaltou que as atas têm valor histórico e, se a Justiça determinar, poderão ter valor probatório, e que este fato reaviva a esperança de encontrar novas provas.

O ministro também já entregou uma cópia das atas às Avós de Praça de Maio, a outros organismos de direitos humanos da região e a universidades.


Da Redação do Portal Vermelho,
Com informações da agência EFE