EUA anunciam sanções contra a Rússia e Putin rechaça ameaça

Os Estados Unidos anunciaram, nesta segunda-feira (28), um novo pacote de sanções contra sete indivíduos e 17 companhias russas, na expectativa de afetar a posição de Moscou frente à crise ucraniana. Autoridades estadunidenses e europeias acusam a Rússia de ingerência e de invasão, embora suas próprias ações tenham garantido a instalação de um governo interino ilegítimo e inconstitucional após o golpe na Ucrânia, em fevereiro.

Joe Biden e Barack Obama - Saul Loeb / AFP

Os indivíduos listados pelo Departamento do Tesouro estadunidense incluem o vice-primeiro-ministro russo Dmitry Kozak, o presidente da Comissão parlamentar para Assuntos Exteriores, Aleksey Pushkov, o chefe do Departamento Presidencial Vyacheslav Volodin e o presidente da companhia petrolífera Rosneft, Igor Sechin.

A lista de companhias não inclui qualquer empresa pública, mas inclui vários bancos e companhias de construção e transporte. O presidente dos EUA, Barack Obama, disse que o seu país e os aliados manteriam em reserva as “sanções mais abrangentes”, caso haja intensificação da crise na Ucrânia, enquanto admitia não saber se as medidas anunciadas serão eficientes.

Para muitos críticos, trata-se de uma posição simbólica de disputa de poder com a Rússia, no jogo de acusações em que os EUA culpam o governo russo pela resistência, na Ucrânia, aos planos que as potências ocidentais sustentam para o país e a região. Esta resistência, porém, o governo interino ucraniano chama de “terroristas”, supostamente respaldados pela Rússia.

“O objetivo [das sanções] não é perseguir [o presidente Vladmir] Putin pessoalmente, o objetivo é mudar seu cálculo” e levá-lo à praticar os princípios que defende para a diplomacia, disse Obama, citado pela emissora Russia Today.

Enquanto os EUA empurram mais sanções contra os russos, membros da União Europeia continuam divididos sobre a forma desejável para estas medidas. Muitos se opõem a elas, já que poderiam atingir a economia russa e, consequentemente, a europeia. Os Estados Unidos, menos atados à economia da Rússia, decidiram impor sanções unilaterais.

A liderança russa, entretanto, tem diminuído a ameaça das medidas, taxando-as de ineficientes. Para Putin, que deu declarações em uma coletiva de imprensa em São Petersburgo, no fim da semana passada, disse que as sanções podem até ser vantajosas, já que estão impulsionando negócios domésticos e trazendo mais fundos que estavam no exterior de volta à Rússia, por exemplo.

O primeiro-ministro Dmitry Medvedev também havia dado declarações semelhantes. “Graças às sanções ocidentais, a Rússia está sendo incentivada a reduzir a sua dependência do exterior e as economias regionais estão se tornando mais autossuficientes,” disse o premiê, na semana passada. Medvedev disse ainda que qualquer restrição à importação de bens russos pelos EUA ou pela União Europeia transferiria a exportação para os mercados asiáticos, mais robustos.

A Rússia tem apelado pela diplomacia e pela independência ucraniana na resolução do seu conflito interno, enquanto rechaçado frequentemente a lógica confrontacional dos Estados Unidos e de alguns países europeus, que remontam às disputas da Guerra Fria para justificar a maior presença militar na vizinhança e a retórica agressiva derivada do respaldo ocidental às forças golpistas na Ucrânia.

Da Redação do Vermelho,
Com informações da Russia Today