Assis Melo defende a vida e a saúde do trabalhador em seminário 

O deputado federal Assis Melo (PCdoB-RS) defendeu a importância da regulamentação da NR12, a Norma Regulamentadora que define referências técnicas e medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores, além de estabelecer requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho.

Assis Melo defende a vida e a saúde do trabalhador em seminário - Maurício Concatto

A manifestação foi feita na abertura do 6o Seminário Saúde do Trabalhador promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Caxias do Sul e pela Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, na manhã desta sexta-feira (25), no Hotel Personal Royal em Caxias do Sul (RS).

“Não há solução sem um pensamento coletivo. A sociedade evolui, o mundo do trabalho também precisa evoluir. E, através do debate podemos buscar uma sociedade melhor. Tratamos aqui de saúde do trabalhador e quando falamos em saúde do trabalhador, consequentemente, falamos em saúde da sociedade”, afirmou o palestrante.

“Se os números nos assustam, com cerca de 20 acidentes de trabalho por dia, é preciso identificarmos as causas para não ficarmos apenas nos dados estatísticos. Precisamos encontrar soluções. Essa é uma luta política importante”, destacou Assis.

O seminário contou com a presença de mais de 500 pessoas, entre elas, trabalhadores de diversos setores e autoridades, com o a secretária municipal da Saúde, Dilma Tessari; e o vice-prefeito Antonio Feldmann, que também abordaram temas relacionados a segurança no trabalho e acidentes que resultam em lesões e morte do trabalhador.

Dia de reflexão e busca de solução

Na sexta edição do encontro, que já se tornou referência no calendário que marca o Dia Internacional em Memória das Vítimas dos Acidentes e das Doenças do Trabalho e Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, 28 de abril, o debate teve como eixo principal o agravamento da saúde e a falta de segurança no mundo do trabalho.

“Os números de acidente de trabalho no Brasil são muito grandes, em média 713 mil por ano. É inadmissível um trabalhador sair da sua casa para ganhar a vida e perdê-la. Temos inúmeros exemplos do descaso total com a vida dos trabalhadores. Muitas vezes a morte no trabalho é vista como normal. Podemos constatar que falta comprometimento com a segurança do trabalhador”, destacou o juiz do trabalho, Maurício Machado Marca durante sua explanação.

O procurador do Ministério Público do Trabalho, Ricardo Garcia, que também participou do evento, tratou da gestão de risco e responsabilidades. Ele disse que são raros os casos de empresas que cumprem todas as normas de segurança.

Garcia salientou ainda que a responsabilidade em caso de acidentes também é da estrutura técnica da empresa, que tem o dever de pensar e possibilitar um ambiente seguro ao trabalhador e prever os riscos. Além disso, a empresa tem uma responsabilidade com a sociedade. “Os custos referentes aos acidentes de trabalho com a Previdência e atendimento médico são de R$150 bilhões por ano. Dinheiro sugado da sociedade pela negligência das empresas”, disse.

Dados de 2012 do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) de Caxias do Sul revelam 7.882 ocorrências, dentre estas, 1.331 foram acidentes graves, sendo uma média de 21,59 notificações por dia. Em 419 municípios do Estado do Rio Grande do Sul, foram registradas pelo Sistema de Informação em Saúde do Trabalhador (SIST) 37.724 notificações, sendo 95,1% de acidentes de trabalho.

Da Redação em Brasília
Com informações da Ass. Dep. Assis Melo