Comissão da Verdade: Reparação histórica a Ana Rosa Kucinski

A Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva manifesta, através de nota, imensa satisfação pela reparação feita pela Congregação do Instituto de Química da USP à professora Ana Rosa Kucinski Silva, sequestrada pelo CIE – Centro de Informações do Exército, em 1974, e desaparecida desde então. Para complementar a reparação histórica, nesta terça feira (22) às 15 horas, será inaugurado um monumento em homenagem à Ana. 

Reparação histórica à Ana Rosa Kucinski Silva é aplaudida pela Comissão da Verdade Rubens Paiva

A data marca os 40 anos do sequestro e desaparecimento de e seu Marido Wilson Silva,ambos militantes da ALN – Ação Libertadora Nacional.

O crime da ditadura cresceu de tamanho quando Ana Rosa foi declarada por aquela instância como demitida por abandono de emprego, quando todos sabiam de seu sequestro junto com seu marido, o físico Wilson Silva.

A Comissão da Verdade da USP – Universidade de São Paulo – analisou, reviu o caso e solicitou a retificação por parte da atual Congregação do Instituto de Química. A presidente em exercício, Professora Janice Theodoro, na ausência do seu Presidente, Professor Dalmo de Abreu Dallari, fez veemente defesa da anulação da medida dos tempos da ditadura e, por decisão unânime, a Congregação anulou a decisão anterior e aprovou também um pedido de desculpas formal à família de Ana Rosa. O irmão da professora desaparecida, Bernardo Kucinski, recebeu a comunicação da decisão e o pedido formal de desculpas das mãos do diretor da Congregação do Instituto.

O CIE – Centro de Informações do Exército, órgão de coordenação e repressão aos movimentos de oposição à ditadura, se dedicou à sequestrar, torturar e assassinar militantes políticos em lugares clandestinos. Os corpos dos militantes eram depois desfigurados para dificultar a identificação, como confessou o coronel Paulo Malhães, um dos chefes de equipes de torturadores em recente depoimento à Comissão nacional da Verdade, no Rio de janeiro. Segundo o militar, as ordens de montagem dos lugares clandestinos, de sequestros, torturas, assassinatos e desparecimento dos corpos eram dadas diretamente pelo Chefe do CIE, General Milton Tavares de Sousa, sob o comando do Ministro do Exército da época, General Vicente de Paula Dale Coutinho, que também participou da fundação da Operação Bandeirante.

O monumento em homenagem à Ana Rosa Kucinski Silva ficará na entrada do Instituto de Química da USP, na Cidade Universitária, em São Paulo.

Fonte: Ascom/Comissão da Verdade