Portugueses denunciam empobrecimento dos idosos e exigem justiça

Portugueses têm realizado ações enquadradas no contexto das comemorações da Revolução de Abril, a que derrubou um governo ditatorial em 1974, para protestar contra as medidas de "arrocho" impostas pelos credores internacionais e aplicadas pelo governo de direita no país. Em sua última edição, o jornal do Partido Comunista Português (PCP) Avante! ressaltou algumas das manifestações recentes, como a dos pensionistas e idosos e a da juventude.

A Confederação Nacional de Reformados (ou aposentados), Pensionistas e Idosos (Murpi) mobilizou mais de 15 mil pessoas em uma marcha e apelou ao prosseguimento da luta nas comemorações populares dos 40 anos do 25 de Abril e do 1.º de Maio.

  Foto: Avante!
"Hoje faz-se história na luta e resistência dos reformados, pensionistas e idosos, que não se resignam, nem se sujeitam à espiral da austeridade a que os partidos que assinaram o pacto de rapina nos amarraram", disse Casimiro Menezes, presidente da Murpi, nas marchas realizadas em várias cidades portuguesas, no final de semana passado.

Agora, "os órgãos de soberania não podem ficar indiferentes à força da razão dos reformados, pensionistas e idosos, uma força social que sente que este governo não merece a confiança," já que os idosos e aposentados são vítimas de uma política de "roubo das pensões, [o governo] nos retira os complementos de aposentadoria, cobra ilegalmente a Contribuição Extraordinária de Solidariedade a meio milhão de pensionistas, agrava o imposto com a sobretaxa de 3,5%" e faz o recálculo das pensões de sobrevivência de forma ilegal e inconstitucional, entre outras práticas, "empurrando cada vez mais pessoas idosas para a pobreza."

Com as eleições para o Parlamento Europeu, em 25 de maio, este deverá ser "um dia de luta por um Portugal soberano, mais justo e solidário para com todas as gerações." O apelo contido na resolução aprovada pelos manifestantes foi expresso pelo presidente do Murpi em atitude concreta: "expressar a nossa indignação e protesto na boca das urnas" e "votar contra aqueles que são responsáveis pela grave situação social em que nos encontramos."

Nesta ação o Murpi também exigiu o reconhecimento como parceiro social, com direito a ser ouvido pelos decisores políticos sobre medidas que afetam a vida de todos os pensionistas e aposentados.

A marcha fez história, disse o presidente da confederação, "na unidade e convergência da luta específica dos pensionistas e no papel da sua luta organizada e de apoio ao Murpi", cujas federações e associações ergueram esta jornada, afirmando e reforçando a estrutura organizativa.

Com informações do Avante!