Rússia descarta extradição de Ianukovitch

O promotor geral da Rússia, Iúri Tchaika, assegurou nesta sexta-feira em Simferópol, Crimeia, que Víktor Ianukovitch é o legítimo chefe de Estado de Ucrânia e descartou uma extradição solicitada pelos governantes impostos em Kiev depois de sua derrubada.

Confirmou, assim mesmo, a solicitação à Interpol de uma investigação e detenção de Dmitry Yarosh, chefe do partido fascista ucraniano Setor Direita, depois da entrega dos documentos que confirmam seus planos terroristas contra a Federação Russa.

Moscou considera que não há motivos para a extradição de Ianukovitch a Kiev: ele é o legítimo chefe de Estado, reiterou Tchaika.

Sublinhou, citado pela agência de notícias Unian, que Ianukovitch é o presidente de pleno direito, o mandatário legítimo e não existem motivos para decidir a extradição pois ele não cometeu nenhum crime.

Em aparições ante a imprensa em Rostov-no-Don, onde recebe proteção da Rússia, o titular do governo deposto tem explicado que se viu obrigado a sair da Ucrânia sob ameaça de morte para ele e sua família.

Sobre o candidato presidencial nas próximas eleições ucranianas e líder do agrupamento neonazi Setor Direita, o Promotor Geral disse que já foram enviados à Interpol os documentos requeridos para a investigação internacional e sua detenção.

Ontem passamos o material à Interpol, e agora é procurado por esse corpo policial, assinalou Tchaika, segundo a agência de notícias Itar-Tass.

De acordo com materiais recopilados pelo Comitê de Investigações da Rússia, Yarosh dirigiu-se a Doku Umarov, considerado inclusive pelos Estados Unidos como um dos terroristas mais procurados, para que se unisse à luta contra os que denominou "invasores russos".

Em sua declaração publicada na página do Setor Direita da rede social Vkontakte, Yarosh assinalava que "muitos ucranianos" apoiaram os tchetchenos contra as tropas russas "com as armas na mão" e que agora "chegou a hora de apoiar a Ucrânia".

Dito texto ia assinado pelo chefe de Setor Direita, que instava Umárov a "intensificar sua luta" e a "não perder a oportunidade única de vencer" a Rússia.

Além disso, Yarosh está acusado de incitar publicamente as forças antirrusas a cometer ações extremistas e terroristas em território russo, informou o porta-voz do Comitê de Investigações, Vladimir Markin.

Fonte: Prensa Latina