Chanceler do Irã prevê assinatura de acordo nuclear em três meses

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohamed Javad Zarif, garantiu que, em breve, o país poderá chegar a um acordo final sobre o seu programa nuclear com os representantes do Grupo 5+1 (EUA, Reino Unido, França, Rússia e China, membros do Conselho de Segurança, e a Alemanha). O chanceler deu declarações nesta quarta-feira (9), no término de uma reunião, enquanto a China também manifestou disposição para desempenhar um papel mais ativo e facilitar o avanço dos diálogos.

Mohamed Javad Zarif - Reuters

Segundo o chanceler iraniano, um acordo final com o G5+1 deve ser assinado dentro de três meses, após uma série de diálogos que, garante Zarif, levaram as partes a ultrapassar a metade do caminho para a conclusão do processo diplomático.

Em novembro de 2013, os representantes nas conversações anunciaram um acordo interino visto como uma forma de “construção de confiança”, e que incluía a suspensão das sanções contra o Irã, de um lado, em troca da redução do enriquecimento de urânio e o maior acesso às instalações nucleares persas para os inspetores internacionais.

“Acreditamos que três meses são suficientes para lograrmos um acordo final, desde que todas as partes entrem nos diálogos de boa vontade,” apontou Zairf. Para o chanceler, caso a conclusão de um acordo no prazo definido seja inviável, não será um desastre e nem se trata de uma situação inesperada.

Durante os últimos meses, informou Zarif, as equipes diplomáticas abordaram todos os temas previstos e os especialistas das contrapartes discutirão possíveis vias de implementação da primeira fase do Plano de Ação Conjunta de Genebra, envolvendo o aprofundamento de medidas já impulsionadas desde a assinatura do acordo interino.

O chanceler disse também que a redação do documento final entre o Irã e o G5+1 será iniciada a partir da próxima rodada de conversações, em 13 de maio, novamente em Viena, capital da Áustria e sede da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Nesta quarta-feira, o terceiro encontro sobre o programa nuclear persa foi celebrado na mesma capital, com a meta de dar seguimento ao acordo interino e à sua agenda de seis meses. O denominado Acordo de Genebra entrou em vigor em 20 de janeiro, prevendo medidas que eliminassem gradualmente as suspeitas do Ocidente sobre a alegada intenção militar do Irã com seu programa de enriquecimento de urânio, com acusações infundadas de fabricação de armas nucleares.

O Irã, por sua vez, como membro da AIEA e signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), reitera frequentemente o seu direito a um programa nuclear pacífico, de fins civis (como a produção de energia e o uso na medicina). O Irã também manteve diversas reuniões com a AIEA, que visitou suas instalações nucleares repetidas vezes, ao contrário do caso de vizinhos de retórica agressiva, como Israel, que possui armas nucleares nunca verificadas.

Da Redação do Vermelho,
Com informações da emissora HispanTV