Grupo Sarney vive crise no MA e é obrigado a trocar de candidato

Pesquisas, indefinições e rejeição do governo Roseana foram determinantes para o desgaste do grupo

Cúpula do grupo Sarney

Uma grave crise no grupo Sarney se desencadeou desde que Roseana Sarney (PMDB), governadora do Maranhão em 4º mandato, decidiu abandonar a política após 24 anos disputando eleições. Na última sexta, Roseana anunciou que permaneceria no mandato, ficando impedida de disputar o Senado. A decisão teve repercussões avassaladoras no seio do grupo político comandado pelo senador José Sarney no Maranhão.

Com baixo desempenho nas pesquisas eleitorais, o então pré-candidato do PMDB, Luís Fernando, resolveu também abandonar a disputa para a qual vinha se preparando há 4 anos, quando passou a assumir a chefia da Casa Civil do Governo do Estado e, logo após, a Secretaria de Infraestrutura. Em seu lugar, surgiu a pré-candidatura de Edson Lobão Filho (PMDB), suplente de senador.

O caso foi agravado pela dificuldade tanto de Roseana Sarney quanto de Luís Fernando em crescer nas pesquisas eleitorais. O cenário ficou mais nublado ainda após a grave crise penitenciária que pairou sobre o Maranhão – exemplificado com mais de 60 mortes no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. O caso teve repercussão internacional.

O clima desfavorável ao grupo Sarney no Maranhão reflete-se também em pesquisas de avaliação do Governo Estadual. A última pesquisa divulgada pelo instituto DataM, em 3 de fevereiro de 2014, revelou um cenário drástico. 68,7% dos entrevistados responderam que não aprovam o governo de Roseana Sarney, contra 24,5% de aprovação. 6,9% não sabem ou não responderam.

A crise de governo e de aceitação do grupo político que há quase meio século domina o Maranhão se estende às alianças partidárias. A desistência do pré-candidato anterior a menos de 6 meses da eleição deu sinal à classe política de que o grupo Sarney vive uma crise interna sem precedentes e tem a hegemonia ameaçada.

Candidatura do PCdoB segue fortalecida

Ao mesmo tempo em que o governo Roseana permanece com graves problemas estruturais e seu grupo político vive uma crise sem precedentes, a oposição no estado vai ocupando espaços importantes no cenário político maranhense.

Com a pré-candidatura de Flávio Dino consolidada, oscilando entre 50% e 56% das intenções de voto há pelo menos 20 meses, o PCdoB ganha protagonismo no Maranhão.

Dados da pesquisa DataM: A pesquisa foi registrada do sistema PesqEle sob o registro 003/2014 e realizada em 58 cidades de todas as regiões do Maranhão entre os dias 28 e 31 de janeiro. Foram ouvidas 1.500 pessoas e a margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.