Venezuela elege pela primeira vez vice-presidente do Parlasul 

A Venezuela, que participou pela primeira vez com direito a voz e voto nesta segunda-feira (7) de uma sessão do Parlamento do Mercosul (Parlasul), já dispõe de um cargo na Mesa Diretora do órgão legislativo regional. Por indicação de sua bancada, o deputado Saúl Ortega foi eleito, por unanimidade, vice-presidente venezuelano do Parlasul. 

Em seu pronunciamento de agradecimento pela eleição, o novo vice-presidente lembrou a disposição do ex-presidente Hugo Chávez de mudar a visão geopolítica da Venezuela, garantindo maior peso às ligações daquele país com os vizinhos da América Latina e com outros países em desenvolvimento.

“Como dizia Chávez, o nosso Norte é o Sul. Para consolidar a democracia e a independência, nosso caminho passa pela unidade latino-americana. Vida longa ao parlamento e a nossos povos!”, disse Ortega logo depois de eleito.

O vice-presidente venezuelano já havia participado de sessões anteriores do Parlasul, logo nos primeiros anos de funcionamento do órgão legislativo regional. Assim como os demais parlamentares de seu país, porém, ele tinha apenas direito a voz, não a voto.

Agora que a Venezuela se tornou membro pleno no Mercosul, os parlamentares desse país também passam a integrar plenamente o Parlasul, com direito a voz, a voto, à presidência de duas comissões permanentes e à composição da Mesa.

Pelo Brasil, integra a Mesa como vice-presidente o senador Roberto Requião (PMDB-PR). A Argentina indicou o senador José Mayans, também confirmado pelo Plenário nesta segunda-feira. E o vice-presidente paraguaio é o senador González Núñez. O presidente do Parlasul, até dezembro deste ano, é o deputado uruguaio Ruben Martinez Huelmo.

Regimento

Em outro passo destinado a retomar plenamente as atividades do Parlasul, foram aprovadas por unanimidade, em Plenário, as primeiras modificações ao Regimento Interno elaboradas por um grupo de trabalho composto por parlamentares de todos os países do bloco. O relator das mudanças foi o deputado brasileiro Dr. Rosinha (PT-PR).

Como ele observou antes da votação, as mudanças foram um compromisso dos países do bloco antes da adoção da chamada proporcionalidade atenuada, que garantiu maior número de parlamentares aos países que dispõem de maiores populações. Por meio das mudanças, os países de menores bancadas procuraram estabelecer maiores exigências de quórum para as decisões consideradas mais polêmicas do parlamento.

Durante a sessão, também foi prestada uma homenagem ao ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela, falecido no ano passado.

Da Redação em Brasília
Com Agência Senado