O "poder da máquina" não pode mais tanto assim

 Análise do jornalista Raimundo Garrone

 Se uma coisa se pode destacar dos últimos acontecimentos políticos no Maranhão, essa é que os Leões do Palácio rugiram com mais mansidão do que em outros tempos.

A desistência de Luís Fernando de disputar as eleições contra Flávio Dino deu um grande sinal de que a população maranhense pode estar mudando de atitude frente ao “poder da máquina” tão alardeado pelo grupo Sarney.

Um empréstimo com o BNDES foi aberto em 2012 para sustentar um “grande programa de asfaltamento” que traria “desenvolvimento” ao Maranhão. Esse era o principal argumento usado pelo grupo Sarney na defesa da pré-candidatura de Luís Fernando. Até agora, já foram empenhados cerca de R$ 2 bilhões de um total de R$ 4,8 bilhões que seriam usados até o final do programa de asfaltamento.

Foi esse dinheiro que sustentou as tão alardeadas Ordens de Serviço decantadas por Luís Fernando pelo Maranhão. Ainda assim, o então pré-candidato da família Sarney não chegou aos famigerados 20% de votos a 6 meses da eleição – enquanto o seu principal oponente, Flávio Dino, figura nas últimas pesquisas acima de 52%.

E por isso foi obrigado a desistir.

Foi nesse cenário que o patriarca José Sarney escreveu, no último final de semana, que “o poder não pode mais como nos velhos tempos”.

Há que se concordar com José Sarney, pois nem mesmo o alarde de derrame de dinheiro público foi capaz de sustentar uma candidatura ancorada no sobrenome Sarney.