Deputado pede ajuda do Parlasul para camponeses em greve de fome

O deputado paraguaio que integra o Parlamento do Mercosul (Parlasul), Ricardo Canese, pedirá nesta segunda-feira (7), em Montevideo, que a Comissão de Direitos Humanos da organização vá ao Paraguai para conferir a grave situação que se encontram os cinco presos políticos de Curuguaty em greve de fome há mais de 50 dias.

Canese anunciou que fará o convite aos colegas do Parlasul e pretende já voltar à Assunção acompanhado de integrantes da comissão de Direitos Humanos.


Os cinco presos políticos em greve de fome há 51 dias, no total, são 14 pessoas detidas sem provas


Os cinco camponeses presos desde 2012 sem julgamento definitivo nem provas que os condenem pela morte dos seis policiais assassinados durante o Massacre de Curuguaty, já estão há 51 dias em greve de fome. De acordo com familiares – em vigília em frente ao Hospital Militar em Assunção – a saúde dos cinco já está muito debilitada, eles não se locomovem sozinhos e têm tido constantes desmaios.

Um deles, Rubén Villalba, permanece no Hospital Militar, para onde foi levado já faz uma semana e desde então permanece internado em estado grave. O Ministério da Saúde informou que ele têm tido assistência médica, e contra a própria vontade, está sendo medicado com soro.

Os outros presos políticos em greve de fome, Adalberto e Nestor Castro, Felipe Benítez e Arnaldo Quintana seguem detidos no presídio de Tacumbú, região metropolitana de Assunção.
Eles exigem prisão domiciliar até a realização do julgamento, ainda sem data prevista, dado o longo tempo que estão detidos sem uma providência do Estado.

Diversos recursos utilizados pela defesa dos presos políticos foram recusados pelo Ministério Público paraguaio, entre eles, um documento firmado por dezenas de parlamentares e personalidades políticas do país que garantem não haver propósito de fuga na prisão domiciliar.
Canese cobra ainda que a organização de Direitos Humanos do Parlasul deve conhecer e pronunciar-se sobre a criminalização da luta social, a falta de definição sobre quem são os verdadeiros responsáveis pela matança em Curuguaty e a militarização existente em três departamentos do Paraguai.

Uma semana depois do Massacre de Curuguaty – onde foram mortos seis policiais e onze camponeses – ocorrido em 15 de junho de 2012, o Parlamento paraguaio em um julgamento realizado às pressas depôs o presidente eleito democraticamente Fernando Lugo e nomeou o vice liberal Federico Franco, que atualmente é aliado de Horácio Cartes.

Da redação do Vermelho, com informações da Frente Guasu