Equador realiza conferência sobre os Golpes de Estado suaves

O jornalista francês Maurice Lemoine dissertará nesta quarta-feira (2) em Quito sobre as técnicas que utilizam os setores conservadores para desestabilizar os novos governos de esquerda na América Latina.

Maurice Lemoine discorrerá sobre os golpes suaves na América Latina

A conferência será dada pelo ex-chefe de redação do diário Le Monde Diplomatique na sede do Centro Internacional de Estudos Superiores de Comunicação para a América Latina (Ciespal), intitulado Golpes de Estado light (suaves).

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Como anunciou a Secretaria de Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação, Lemoine fará um levantamento histórico dos golpes e desestabilizações ocorridos na América Latina desde a deposição do governo do presidente chileno Salvador Allende, em 1973.

Foi a partir dessa data que os Estados Unidos implementou a doutrina de segurança nacional para instalar ditaduras na região, e que afetaram outros países como Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai, Peru, e Uruguai, acrescenta o texto divulgado pelos organizadores da palestra.

O jornalista francês afirma que depois dos resultados catastróficos dos governos neoliberais que substituíram as ditaduras nos anos 1990 do século passado, começou a gestar-se a ideia de contar com autoridades que mudassem as regras do jogo.

“A partir de 1998, são eleitos vários presidentes de esquerda que, por recusar a ingerência dos Estados Unidos, têm sido alvo de ataques desestabilizadores e golpes de Estado como os ocorridos na Venezuela em 2002, Haiti (2004), Bolívia (2008), Honduras (2009), Equador (2010) e Paraguai (2012)”, assinala o texto.

Especializado em temas da América Latina, Lemoine é autor de vários livros, entre os que se destacam A dívida, Os náufragos de Esquipulas e Cinco cubanos em Miami, dedicado aos lutadores antiterroristas da ilha caribenha presos nos Estados Unidos.

A palestra do especialista francês terá como tema central a atual crise desatada pela violência opositora na Venezuela, e a recente denúncia feita pelo presidente Rafael Correa, no sentido de que a chamada guerra de quarta geração é um dos perigos que enfrenta a Revolução Cidadã no Equador.

Na segunda-feira (31) o presidente equatoriano alertou que os protagonistas dessa estratégia são os meios de comunicação hostis ao governo e as Organizações Não Governamentais.

Fonte: Prensa Latina