Projeto de lei que legaliza poligamia é aprovado no Quênia

Um projeto de lei no Quênia que autoriza os homens a se casar com quantas mulheres desejarem sem precisar consultar sua primeira esposa foi aprovado por deputados do parlamento do país. A decisão — que ainda precisa ser sancionada pelo presidente, Uhuru Kenyatta, para entrar em vigor — provocou revolta das parlamentares presentes, que abandonaram o plenário.

Adotado na noite desta quinta-feira (20), o texto originalmente abria possibilidade de oposição das esposas à decisão do marido de instaurar a poligamia no casamento, dando voz às mulheres. No entanto, os deputados — mesmo que pertencentes a partidos políticos rivais — se uniram para deslegitimar essa cláusula, abandonando-a.

"Quando você se casa com uma mulher africana, deve saber que haverá uma segunda, uma terceira. Isso é a África", explicou um dos deputados, Junet Mohamed, citado pela rádio local Capital FM, segundo a AFP. “Se vocês escolhem trazer para casa mais alguém eu acredito que vocês devem ter a coragem (sic) de admitir que sua mulher e família têm o direito de saber”, alegou a deputada Soipan Tuya.

“Toda mulher que o homem leva para a casa dele é sua mulher”, reforça o presidente da Comissão de Relações Jurídicas e Legais do Parlamento, ao jornal queniano Nation. No Quênia, assim como em muitos países africanos, os direitos das mulheres são restritos e a poligamia é uma prática comum.

Fonte: Opera Mundi