Sobre a declaração de Roseana do "Maranhão de primeiro mundo"

 O deputado estadual Othelino Neto (PCdoB) criticou, na sessão desta segunda-feira (17), declaração da governadora Roseana Sarney que admitiu ficar no governo, até o dia 31 de dezembro ou até o final do mês de março, para entregar o Estado no “padrão de primeiro mundo”.

 Segundo o parlamentar, o único momento em que o Maranhão parece ser de primeiro mundo é na propaganda oficial.

“Fiquei perplexo porque eu não sei se a governadora quer afrontar a inteligência dos maranhenses ou se ela não conhece o Estado que ela governa ou que ela desgoverna. Porque dizer que vai entregar o Maranhão no padrão de primeiro mundo é realmente um negócio que é difícil de imaginar”, disse Othelino na tribuna.

Na tribuna, Othelino comparou a declaração da governadora com a que foi dada, no início do ano, em meio à crise no Sistema Penitenciário, quando ela tentou explicar o caos na Segurança Pública e disse que isso estaria acontecendo porque o “Estado estaria mais rico”. Segundo o deputado, aquela afirmação virou chacota nacional e os veículos de comunicação do país começaram a publicar com destaque a frase de Roseana, evidentemente, fazendo uma crítica, ironizando.

“Como é que a govenadora de um Estado com os piores indicadores sociais do país pode dizer aquilo? Ou será que ela não sabe que, aliás, por responsabilidade do grupo politico que ela comanda, o Maranhão tem os piores indicadores de educação do Brasil e, em alguns casos, é o pior e em outros é o segundo pior? Será que ela não sabe que esse Estado que tem menos policial por habitante?”, indagou Othelino.
 

Maranhão perdeu recursos

O deputado disse que, no Maranhão real, o governo do Estado perdeu R$ 22 milhões que eram para construir novos presídios e evitar o problema da superlotação e agora está na iminência de perder mais R$ 1 milhão. Othelino citou matérias publicadas no Jornal Pequeno e no site da Revista Veja, dando conta que o governo, simplesmente, perdeu e descumpriu todos os prazos de apresentar os documentos para a liberação de R$ 1 milhão, a fim de justamente melhorar a gestão penitenciária no Estado.

“Então, se esse é um Estado de primeiro mundo, imaginemos nós se fosse de terceiro mundo. Imaginemos nós se não fosse o mais pobre da federação. Mas o mais triste não é só ver essa realidade, é assistir à governadora dizer que, com todos esses indicadores, o Maranhão, em poucos meses, ficará em nível de primeiro mundo”, criticou Othelino Neto.

O deputado disse ainda que um Estado que tem menos médicos por habitantes no Brasil não pode ser considerado de primeiro mundo. Segundo ele, na prática, as pessoas sofrem e têm que correr para São Luís ou Teresina e procurar atendimento hospitalar ou precisam pedir um favor para um deputado, vereador ou político para terem acesso a um hospital. “Esse é o Maranhão que a governadora parece que não sabe que existe”, lamentou.