Entenda o que pode acontecer caso Roseana renuncie
Por Rodrigo Lago (advogado)
Se a governadora Roseana Sarney (PMDB/MA) renunciar para concorrer ao Senado, o presidente da Assembleia, Arnaldo Melo (PMDB/MA), é chamado a substituí-la. Ao contrário que muitos estão defendendo, ele não é obrigado a assumir o Governo.
Publicado 13/03/2014 15:40 | Editado 04/03/2020 16:46

Situação semelhante ocorreu em 2002, quando o ministro Marco Aurélio passou uma semana na Presidência da República e acabou sancionando a Lei da TV Justiça – Lei nº 10.461/02. Somente se a desembargadora recusasse a posse ou estivesse impedida, a Assembleia deveria resolver a lacuna constitucional chamando outra autoridade para assumir o Governo, podendo ser o vice-presidente da Assembleia ou a vice-presidente do TJ/MA. O(a) governador(a) interino(a) ficará no cargo no mínimo até o 30º dia após a renúncia, cumprindo o prazo constitucional para a realização das eleições indiretas para governador e vice-governador para o mandato tampão.
Acrescento que a Constituição não pode ser interpretada à luz do Regimento Interno da Assembleia, mas o contrário. Na Presidência da República já ocorreu diversas oportunidades em que estando impedido, viajando ou recusando a posse o segundo da linha de substituição, após o vice, no caso o presidente da Câmara, foi chamado o presidente do Senado. o senador Sarney mesmo foi chamado outro dia. Até o presidente do Supremo já foi chamado, como no momento em que sancionou a Lei da TV Justiça, como citei acima. E não se precisou esgotar as mesas da Câmara e do Senado. Não se pode confundir o titular do cargo de presidente do Legislativo com quem deva substituí-lo nas funções da casa. E lembro que a vigorar essa tese, só passaria ao Executivo após esgotar os 42 deputados, pois após a Mesa, são chamados a substituir o presidente cada um dos demais deputados, salvo engano na ordem do mais idoso (verifique no Regimento).