Corrupção: MPF descobre conta de ex-chefe da Casa Civil de Covas

Segundo informações publicadas nesta segunda-feira (10), no jornal Estado de S. Paulo na reportagem do jornalista Fausto Macêdo, a Justiça do Brasil já possui provas da conta aberta em Genebra por Robson Riedel Marinho, ex-chefe da Casa Civil do governo Mário Covas (PSDB).
 

De acordo com a investição, Robson Riedel Marinho foi alçado pelo ex-governador tucano ao cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP). No exercício da função, teria julgado regulares contratos da Alstom em troca de suborno. Além de viajar com despesas pagas, ele recebeu, de acordo com promotores, U$S 1 milhão de dólares em propina na conta numerada 17321-1, do Credit Lyonnais Suísse – Credit Agricole.

O Ministério Público Federal suspeita que o dinheiro que abasteceu a conta de Marinho teve origem no Caso Alstom – esquema de pagamento de propinas na área de energia do Estado, entre outubro de 1998 e dezembro de 2002, durante as getões tucanas. Como tem foro privilegiado, Marinho não inclui a lista e é alvo de investigação criminal do Superior Tribunal de Justiça (STJ). 

Em fevereiro, a Justiça Federal abriu ação penal contra 11 denunciados no caso Alstom, entre lobistas, executivos e ex-dirigentes da Eletropaulo e da Empresa Paulista de Transmissão de Energia (EPTE), antigas estatais do setor. A eles teriam sido oferecidos R$ 23,3 milhões em ‘comissões’ para viabilizar contrato de interesse da multinacional francesa no valor de R$ 181 milhões.

Articulações políticas do tucano

Na reportagem de Fausto Macêdo ainda aponta que Marinho possui uma memória dos bastidores do primeiro governo Covas e seus subsequentes, nas quais consta as articulações políticas, com as respectivas trocas de promessas, que arquitetaram seguidas vitórias do partido nas eleições estaduais.

No Tribunal de Contas, familiarizou-se com os processos mais importantes das administrações estaduais, ciente de como foram produzidas muitas sentenças. Sacrificar Marinho para estacar o sangramento político provocado pelo escândalo pode parecer fácil, mas tende a ser um drama para os tucanos. Ele é o homem que sabe demais.

Famosos por fazerem campanhas políticas faustosas em São Paulo, a suspeita é que os recursos obtidos com propinas em torno das obras do metrô tenham servido não apenas para o enriquecimento pessoal dos beneficiados pelo esquema, mas também para a formação de um caixa dois único para o financiamento de disputas eleitorais. 

Da Redação em São Paulo
Com informações do Jornal Estado de S. Paulo