Michelle Bachelet quer recompor laços com a América Latina

Os primeiros sinais são claros e diretos: a futura presidenta do Chile, Michelle Bachelet, que toma posse nesta terça-feira (11), dará ênfase aos esforços para restaurar os laços com a América Latina e o Caribe, e em particular com a Venezuela.

Michele Bachelet

Em meio à crise interna venezuelana e certa animosidade gerada no Chile pela mídia e algumas figuras políticas ligadas ao governo cessante de Sebastian Piñera, a própria Bachelet tomou distância.

Ao pôr as cartas na mesa dias atrás, acentuou que sua administração dará apoio ao governo e ao povo venezuelano para encontrar uma saída democrática para a crise na nação vizinha.

"E assim como nós sempre vamos buscar contribuir para que os direitos humanos sejam realmente garantidos, não nos parece adequado que possam haver ações violentas buscando desestabilizar um governo democraticamente eleito", sentenciou.

Para completar sua linha estratégica com Caracas, o jornal “La Tercera” assegurou neste domingo (9) que Bachelet se reunirá com o chefe de Estado da Venezuela, Nicolás Maduro, provavelmente na tarde desta segunda-feira (10) na Academia Diplomática de Santiago.

A nova presidenta também dialogará com o presidente peruano Ollanta Humala e não estão descartados outros encontros no quadro de uma reunião de chanceleres que se realizará na quarta-feira (12), convocada pela Unasul para tratar o tema Venezuela.

O vice-presidente dos Estados Unidos Joe Biden, que chega neste domingo a Santiago, disse que em sua agenda de conversações priorizará a questão da Venezuela. Biden quer reunir-se com Humala, Santos (da Colômbia) e Peña Nieto (do México), entre outros, para falar sobre a Venezuela.

Para além da questão venezuelana, Bachelet, que esteve à frente do Palácio La Moneda de 2006 a 2010, pretende desenvolver esforços para incrementar relações na região. Para isto, designou Heraldo Muñoz seu chanceler.

Muñoz é um político experimentado com trabalho destacado no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e deverá atuar nas complexas águas da relação com o Peru e a Bolívia e reativar os laços em nível superior com o Equador.

O Brasil estendeu uma mão a Bachelet com a presença confirmada para a cerimônia de posse da presidenta Dilma Rousseff, que em nenhum momento foi ao Chile durante o mandato de Piñera.

No novo ministério estarão várias mulheres, como Javiera Blanco (Estado-Trabalho); Ximena Rincón (Presidência); e a representante do Partido Comunista, Claudia Pascual (da Mulher). Também integrarão o ministério Maria Fernanda Villegas (Desenvolvimento Social), Natalia Riffo (Esporte), Aurora Williams (Mineração), Claudia Barattini (Cultura e Artes), Paulina Saball (Habitação e Urbanismo) e Helia Molina (Saúde).

Prensa Latina