Países da Alba impedem resolução da OEA sobre a Venezuela

O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) se reuniu nesta quinta-feira (6), mas os membros da Alba evitaram um acordo sobre o texto de uma declaração política que convocaria chanceleres para analisar a situação na Venezuela.

Países da Alba impedem resolução OEA sobre a Venezuela - Reprodução

O embaixador da Venezuela, Roy Chaderton, destacou que não foi realizada a reunião de chanceleres nem o envio de uma missão da OEA, o que qualificou como "dois objetivos intervencionistas". "O que está claro é que eles foram bem sucedidos em retardar propósitos intervencionistas dos organizadores deste Conselho", disse Chaderton, depois de uma maratona de reuniões que começou por volta das 17h30 e terminou na madrugada desta sexta-feira (7).

O apoio de países da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba) e Comunidade do Caribe (Caricom) fez com que sequer fosse contemplada a possibilidade de se convocar os chanceleres da OEA para discutir a resposta conjunta da organização para a crise venezuelana. Também foi impedido o envio de uma missão de observação, duas opções que foram duramente criticadas pelo presidente Maduro durante os atos de homenagem do aniversário de um ano da morte de Hugo Chávez.

O embaixador panamenho Arturo Vallarino afirmou que uma quantidade substancial de países membros consideraram prematura sua solicitação de convocar os chanceleres do continente para analisar a situação na nação sul-americana e preferiram uma declaração proposta pela Bolívia.

Mas o diplomata panamenho indicou que não se chegou a um acordo sobre nenhum dos cinco pontos incluídos no texto boliviano.

Unasul

Ontem, Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, disse que estava em análise a viabilidade de uma reunião com a Unasul para "conversar sobre a situação". Caracas reiterou seu desejo da realização de um encontro entre presidentes do bloco.

García conversou durante cerca de 40 minutos com o presidente Maduro e considerou que o chefe de Estado venezuelano estava tranquilo, com a percepção de que os protestos já diminuíram no país e ocorrem apenas em regiões específicas, com menor intensidade que no início das manifestações, há três semanas.

A situação política na na Venezuela será tratada pelos chefes de Estado e chanceleres da Unasul na próxima terça-feira (12), em Santiago, adiantou o presidente do Equador, Rafael Correa. O chanceler venezuelano, Elías Jaua, também confirmou a realização do encontro, que irá aproveitar a cerimônia de posse de Michelle Bachelet. A presidente Dilma Rousseff está confirmada.


Fonte: Opera Mundi