Nação Hip-Hop promove ações culturais durante a Copa 2014

"Promover atividades de lazer com as crianças, a exibição pública dos jogos, tudo isso com manifestações de grafite, música, para que as pessoas possam vivenciar a Copa de uma boa maneira", é isso que inspira a Nação Hip-Hop Brasil a organizar, em 14 estados do país e no Distrito Federal, ações culturais que promovam o viés positivo de receber a Copa no Brasil.

Da Rádio Vermelho com informações do Portal da Copa

Nação Hip-Hop na Copa 2014 - Francisco Medeiros/ ME

Em entrevista ao Portal da Copa, Roberto Landim, o “Beto Teoria”, presidente da Nação Hip-Hop Brasil, e Richard Santos, conhecido como “Big Richard”, dirigente nacional do grupo, afirmaram que a ideia é potencializar as expressões culturais da periferia, com transmissão das partidas. 

Big Richard afirmou que a “ideia é promover atividades de lazer com as crianças, a exibição pública dos jogos, tudo isso com manifestações de grafite, música, para que as pessoas possam vivenciar a Copa de uma boa maneira. Quando não se tem outra opção, as pessoas se reúnem para beber em bares e como consequência a violência aumenta". E completa: "Queremos é promover o viés positivo de receber a Copa no nosso país. A periferia tem uma cor cinza, por causa dos blocos, mas quando o morador vê uma área grafitada, colorida, ele sente mais orgulho do lugar”.

“Temos atuação direta nas periferias. O futebol está enraizado na nossa cultura. Se você for perguntar para os jogadores, a maioria ouve e gosta de hip hop. Estamos desconstruindo a ideia de que não podemos participar da Copa. É comum o pessoal decorar a rua e os grafiteiros podem potencializar a decoração. Juntaremos a música nas apresentações, além de promover atividades de recreação e lazer”, completa Beto Teoria.

Potencializar a Copa

Segundo os dirigentes, as atividades serão gratuitas e a expectativa é organizar as atividades em 40 núcleos, cada um recebendo cerca de 500 pessoas, o que daria um total de 20 mil participantes. “O cara não vai sair do fundão da zona sul de São Paulo para ir para o Vale do Anhangabaú para a Fan Fest. A ideia da Nação Brasil é articular o hip hop em torno de projetos sociais e ter uma estrutura para potencializar a Copa. Se a gente faz festa quando a Copa é fora do país, porque não podemos fazer quando será no Brasil?”, questionou Beto Teoria.

“Queremos fazer uma bela ação, a partir dos núcleos, mas sem onerar a comunidade. Por isso, a entidade busca apoio. Há muitos setores que estão colocando a Copa de forma negativa, mas que não representam a periferia. Inclusive, essa juventude está esperando a Copa e se organiza para diversas atividades”, retratou Big Richard.

Beto Teoria explica que essa experiência poderá ser replicada em outros momentos e servirá como uma forma de expandir o protagonismo das comunidades. Ele esclarece que as ações não são restritas ao hip hop e quem tiver interesse pode participar. Esta é a natureza da própria Nação Hip Hop Brasil, fundada em 2005, como uma rede de comunicação entre lideranças de várias periferias brasileiras.

“Percebemos que as características do movimento hip hop eram as mesmas em qualquer lugar, assim como as periferias são as mesmas, então, percebemos que poderíamos organizar e pensar uma entidade em nível nacional, com união de bandeiras e líderes nacionais, sem ingerências, em uma rede”, lembra.