Central sindical convoca portugueses para marcha contra arrocho

A Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses-Intersindical Nacional (CGTP-IN) convocou diferentes marchas para a quinta-feira (27), na capital de Portugal, Lisboa, e em duas outras cidades, Setúbal e Porto. Trabalhadores e cidadãos foram instados a manifestar-se contra as políticas de arrocho do governo de centro-direita, em acordo com os credores internacionais, enquanto a esquerda denuncia frequentemente o empobrecimento generalizado e a necessidade de alternativas.

Portugal - Diário Digital

O acordo do governo do Partido Socialdemocrata (PSD) e do Centro Socialdemocrático – Partido Popular (CDS-PP) com a troika de credores internacionais Comissão Europeia (CE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) é chamado pela esquerda portuguesa de “pacto de agressão” contra os trabalhadores.

Por isso, sublinha a CGTP, as políticas dele derivadas precisam ser contestadas e barradas o mais rápido possível. Os protestos são novamente convocados, após a realização de marchas massivas recentemente, devido à visita dos avaliadores da troika a Portugal, a 11ª no sistema de monitoramento da implementação do programa de arrocho desenhado pelos credores, em acordo com o então governo do Partido Socialista (PS), do PSD e do CDS-PP, em 2011.

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Para a central, o acento dos protestos está na denúncia de violação dos direitos fundamentais e na exigência de emprego, salários, saúde, educação e proteção social, como efeito desta política, agravada no Orçamento do Estado de 2014.

Os efeitos das medidas de “austeridade” atingem os trabalhadores, os aposentados, os desempregados, os jovens e a generalidade da população, mas até as estatísticas mostram que há um ínfimo número de portugueses que tem vivido em contraciclo.

No folheto de mobilização para a marcha em Lisboa, a CGTP-IN recorda que, de 2010 para 2013, as 25 maiores fortunas aumentaram 17,8%; na repartição do rendimento, a fatia do capital cresceu de 50,8%, em 2009, para 53,4%, em 2013.

Entretanto, milhões de pessoas sofrem reduções de salários e pensões, bem como o aumento do desemprego, da pobreza e da exclusão social. Além de estar por cumprir o acordo que previa o aumento do salário mínimo nacional (para 500 euros, em 2011), mais de 400 mil trabalhadores estão há três anos recebendo 432 euros líquidos (R$ 1397,00), porque o valor não tem sido atualizado.

No ano de 2012, um quarto (25,3%) da população tinha rendimentos inferiores ao limiar da pobreza. Um em cada quatro trabalhadores está hoje desempregado ou subempregado. A maior parte dos desempregados não tem emprego há mais de um ano, e a maioria não recebe qualquer proteção social.

“Cortar nas funções sociais do Estado é cortar no desenvolvimento e no futuro do país”, protesta a CGTP-IN, apontando alguns dos mais graves efeitos da política de redução da despesa social, nas áreas da segurança social, da saúde e da educação.

Da redação do Vermelho,
Com informações do jornal Avante!